Olá leitores!
Após um longo e tenebroso inverno europeu (em que até nevou
em um dos dias de testes coletivos na Espanha) e de um longo e tenebroso verão
brasileiro no qual esse vosso escriba quase derreteu de calor, começou enfim a
temporada 2018 da Fórmula Sandália de Dedo, digo, Fórmula 1. Sinceramente
espero que as outras pistas da temporada propiciem corridas melhores, pois essa
primeira etapa deixou a desejar. Ultrapassagem só nos boxes ou do meio para
trás do pelotão, e ainda assim muito escassas. De cara, a certeza que algumas
equipes terão que mudar o posicionamento da câmera nos carros (algumas ao invés
de ver a pista, vê-se apenas o Halo) e essa nova fonte utilizada no gerador de
caracteres da categoria... deve ser sugestão do neto gamer do bigodudo da
Puritan Media, ops, Liberty Media. Fonte horrorosa de ler na TV. Sem contar do
estagiário que colocaram na geração de caracteres que, ao tentar colocar a distância
entre Alonso e Verstappen solta no ar a disputa entre Lastname e Lastname...
dizem que a rivalidade entre os irmãos Lastname é muito maior que aquela entre
Hamilton e Vettel e entre Kyle e Kurt Busch na Nascar...
Vitória na estratégia para Sebastian Vettel, que não entrou
junto com o então líder Hamilton para trocar os pneus, veio acelerando o que o
carro permitia e ainda contou com a sorte das duas Haas darem problemas e
obrigarem a direção de prova a colocar o Safety Car Virtual. Arriscado, com
certeza, mas acabou dando certo. O tipo de coisa que dá para tentar num
circuito de rua, mas num autódromo permanente a chance de funcionar tende a
zero... o que ficou claro é que, sem outros carros na frente, o ritmo da
Mercedes é nitidamente superior ao da Ferrari, e isso pode ser um problema
sério em pistas mais velozes ou com retas longas (prevejo problemas sérios para
a Ferrari na China e no Azerbaijão, e se não evoluírem bem o carro até a
segunda metade da temporada, em Spa e em Monza). Seu companheiro Kimi Räikkönen
(3º) não se deu bem com a estratégia diferente escolhida, mas
largar em 2º e terminar em 3º não é de todo mau – tanto que ele ficou
satisfeito após a prova.
Em 2º chegou Lewis Hamilton, que garganteou bastante na
entrevista após marcar a pole position com mais de meio segundo de vantagem
para Kimi, mas ao final teve que reconhecer que a Ferrari fez um trabalho
melhor que a Mercedes no final do domingo. Ainda acho que é o franco favorito
para o título de 2018, mas precisa errar menos. Seu companheiro Valtteri Bottas
(8º) sobreviveu a um final de semana horroroso, que começou com um erro na
classificação que o deixou sem tempo no Q3 e fez ele largar em 15º (afinal,
tinha a punição por troca de câmbio, afetado na panca do sábado), em uma pista
de ultrapassagens difíceis e enfrentando superaquecimento no motor quando
seguia outro carro por muito tempo. Acabou saindo no lucro.
Em 4º chegou Daniel Ricciardo, que tentou, tentou muito
mesmo, mas não conseguiu superar o Kimi para subir ao pódio perante a sua
torcida. Certamente se a corrida fosse em um dos belos autódromos permanentes
que existem na Austrália ele teria passado, tinha ritmo de corrida para isso,
tanto que foi dele a volta mais rápida da corrida, mas naquela pista de rua
onde nem com 3 zonas de abertura de DRS a coisa estava dando certo não foi
possível... mas com certeza foi uma grande atuação, e a posição final não fez
jus ao desempenho por ele apresentado. Seu companheiro Max Verstappen (6º) não
teve um domingo dos melhores: na largada já perdeu a posição para o Kevin
Magnussen (Haas), depois na tentativa de recuperar a posição rodou enquanto
reclamava pelo rádio de problemas de instabilidade no carro, e as tentativas de
ultrapassar a McLaren do Alonso não foram bem sucedidas. Porém, tendo em vista
as dificuldades, acabou sendo uma posição bastante decente.
Em 5º chegou Fernando Alonso, que após muito tempo conseguiu
voltar a ser competitivo em corrida, e eu diria que boa parte dessa colocação
do carro da McLaren se deveu ao enorme talento do espanhol, que mostrou que
andar no pelotão do fundo não acabou com sua capacidade de disputar posições de
maneira aguerrida. Grande corrida. Seu companheiro Stoffel Vandoorne (9º) foi
mais um piloto que reclamou de não ter tido sorte com o safety-car virtual, mas
foi uma boa prova por parte dele. Não dava para esperar muito mais não sendo
ele Alonso e não tendo largado mais à frente nessa pista quase impossível de
ultrapassar.
Em 7º chegou Nico Hülkemberg, que arrancou o desempenho que
dava do seu Renault e fez um resultado bom para as limitações do carro. Acho
que a luz de alerta deve ter acendido na equipe: com o mesmo motor deles,
chegaram 3 carros (os 2 Red Bull e 1 McLaren), e à frente do outro carro da
Renault chegou o outro McLaren... talvez esse chassi precise de um pouco mais
de trabalho de desenvolvimento, mas vamos esperar as corridas em circuitos
permanentes para avaliar melhor. Seu companheiro Carlos Sainz Jr. fechou a zona
de pontuação, com um 10º lugar que foi um prêmio para as condições em que ele
se encontrava – passando mal do estômago por conta do sistema de hidratação do
piloto ter entregue muito líquido no começo da corrida, e ele ficou com aquele
líquido balançando no estômago naquela sequência toda de curvas... convenhamos,
se não é fácil dirigir seu carro de passeio enjoado, imagine pilotar um carro
de corrida... poderia, sem dúvida, ter chegado logo atrás do Nico se não fosse
esse problema.
Próxima corrida é dia 08/04, no Bahrein, vamos ver o que
acontecerá lá... uma providência fácil que eu gostaria de ver adotada é o Halo
ser pintado na cor do capacete do piloto. Está muito difícil identificar quem é
quem com aquela monstruosidade impedindo ou dificultando bastante a
visualização do capacete.
Mas esse final de semana não teve apenas Fórmula Chinelo, ops,
Fórmula 1 não. Também tivemos a abertura da temporada 2018 da Copa Truck, lá em
Cascavel, com duas corridas para lá de interessantes. Na primeira etapa, que
começou atrás do pace-car por conta do asfalto molhado, vitória de Wellington
Cirino (Mercedes), que desde a saída do carro de segurança pressionou bastante
o pole position Felipe Giaffone e na metade da prova, após estudar bem o
adversário, o ultrapassou e abriu vantagem para não ser mais incomodado. Em 2º
chegou Felipe Giaffone (VW-MAN), que no final da prova começou a apresentar
falhas nos engates de marcha mas ainda conseguiu proteger a sua posição do 3º
colocado Beto Monteiro (Iveco), que também fez uma ótima corrida, fechando o
pódio da primeira corrida. Logo atrás chegaram Renato Martins (VW-MAN) em 4º e
André Marques (Mercedes) em 5º. Já a segunda corrida, com o piso bem mais seco,
a vitória foi do estreante Giuliano Losacco (Iveco), que soube aproveitar a
pole garantida pelo grid invertido (terminou a primeira corrida em 8º) e
segurou a liderança com competência para seu primeiro êxito na categoria, mesmo
apresentando problemas de freio no final (e imaginem o quão desagradável é ficar
com problemas no freio em um veículo pesado como um caminhão...). em 2º lugar
chegou Wellington Cirino, que com a vitória na primeira corrida e o 2º na
segunda saiu de Cascavel na liderança isolada do campeonato, uma performance
realmente ótima. Em 3º terminou André Marques, seguido por Débora Rodrigues
(VW-MAN) em 4º – aliás, excelente corrida da Débora – e em 5º outro VW-MAN,
dessa vez de Witold Ramasauskas, a mais de 10s atrás da Débora. O vencedor da
primeira corrida, Felipe Giaffone, não largou na segunda por problemas no câmbio.
O Mundial de Superbike fez sua segunda etapa na Tailândia,
no circuito de Chang, em Buriran, e a corrida do sábado foi vencida por
Jonathan Rea (Kawasaki), seguido por Xavi Fores (Ducati) em 2º e pelo
competente Chaz Davies (Ducati) em 3º. Já no domingo, vitória de Chaz Davies,
com mais de 2 segundos de vantagem para a dupla da Yamaha que completou o
pódio, Michael van der Mark chegou em 2º e Alex Lowes terminou em 3º. Pelas
corridas, eu diria que a temporada desse ano será bem disputada...
Era para termos tido corrida da NASCAR em Martinsville, mas
mesmo com o final do inverno nos EUA nevou na pista (que nem está tão aro norte
assim, fica na Virgínia) e a corrida foi adiada para a 2ª feira. Se não nevar
de novo, claro...
Até a próxima!
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