Olá leitores!
Lembram-se que eu mencionei a “sorte de campeão” no GP do
Japão? Pois é... os candidatos a campeões (ou virtuais campeões) continuam com
uma sorte daquelas. E não me refiro apenas ao Hamilton não: Marc Márquez teve o
final de semana dos sonhos na Austrália e quando tudo parecia dar errado para
Martin Truex Jr. ele deu uma virada monumental na corrida e conquistou (mais
uma) vitória. Mas vamos por partes...
No GP dos EUA os novos donos da F-1 mostraram o que são
capazes: foi um verdadeiro SHOW (em caixa alta mesmo), com os pilotos sendo
apresentados ao público quase no esquema usado na NASCAR em algumas provas, uma
geração de imagens um pouco melhor que a média (que já costuma ser muito boa),
cheerleaders, e rolou até o clássico comando de “start your engines” tão
tradicional no automobilismo ianque. Tudo para familiarizar o público local com
uma categoria que muitos não conhecem e, quando conhecem, não entendem. Apenas
achei que como entrevistador o Usain Bolt é um magnífico corredor...
Vitória relativamente fácil de Lewis Hamilton, já que após a
largada fulminante de Vettel ele esperou o alemão se acomodar na pista e já na
6ª volta deixou ele para trás – e bem para trás, diga-se a verdade.
Simplesmente não teve concorrência para o inglês nesse domingo em Austin. Já
seu companheiro Valtteri Bottas (5º) esteve à mercê de uma estratégia para
manter os carros da Ferrari afastados de Hamilton que não deu exatamente muito
certo... talvez desse se o finlandês estivesse um pouco mais inspirado, o que
definitivamente não foi o caso.
Em 2º chegou Sebastian Vettel, que teve uma largada nota 10
e depois caiu de rendimento após ser ultrapassado pelo Lewis, e ainda teve um
jogo de pneus ruim para lidar (ó a sorte de campeão do Hamilton fazendo sua
parte...), voltando a crescer no final mais por força de vontade própria do que
por méritos do carro, que estava bem abaixo da Mercedes do meio da prova para
adiante. Seu companheiro Kimi Räikkönen (3º) fez uma corrida melhor do que as
últimas, e se não fosse a necessidade de poupar combustível para cruzar a linha
de chegada poderia ter oferecido mais resistência ao Max, que cruzou a linha de
chegada na frente dele mas foi punido, no lance mais polêmico da corrida...
Em 4º chegou Max Verstappen, o garoto que resolveu ofuscar o
Carlos Sainz Jr. como grande atração da corrida e foi com tudo para cima do
Kimi na volta final, o ultrapassando... por fora da pista. Sim, eu também achei
que a mão da FIA pesou muito, mas a culpa é da própria FIA. 30 anos atrás não
teria esse problema, aquela área por onde ele fez a ultrapassagem seria em
grama ou areia, ele perderia tempo ou aderência passando ali, e ou não
ultrapassaria ou perderia o controle do carro. A partir do momento em que a
entidade reguladora praticamente obriga que toda área de escape seja asfaltada
(mesmo área de escape dentro da curva, que é um absurdo), ela cria a
possibilidade de alguém se utilizar da parte externa do que seriam os limites
naturais da pista e portanto é obrigada a inventar punições para os pilotos que
se utilizam dessa área asfaltada tão convidativa. Em minha opinião, sobrou
arrojo e faltou um pouco de malandragem para o garoto: tenho uma convicção
interior que, se a roda esquerda passasse do lado externo da zebra, ele não
seria punido. O problema é que ele foi com muita sede ao pote, e a roda
esquerda estava sobre a zebra, caracterizando o carro inteiro fora dos limites
da pista. Aí deu a munição (afinal, a corrida foi no Texas, lembremos...) para
os comissários sentarem o dedo na punição. Isso não invalida seu grande
desempenho, afinal ganhou mais de 10 posições da largada até o final. Seu
companheiro Daniel Ricciardo (18º) protagonizou belos duelos contra Bottas, mas
após pouco mais de 10 voltas o motor abriu o bico e teve de abandonar.
Em 6º terminou Esteban Ocon, que foi um dos grandes nomes da
prova. Correu muito bem o garoto, que é bom lembrar, completou todas as
corridas esse ano e deixou de pontuar apenas em uma delas. Pode não ter um
estilo de pilotagem “vistoso”, mas é muito eficiente. Nessa prova atacou e se
defendeu de ataques com igual maestria. Seu companheiro Sergio Pérez (8º)
também correu bem, mas reclamou muito no rádio. Mereceu ser ultrapassado pelo
segundo grande nome da prova na segunda metade da prova.
Em 7º chegou Carlos Sainz Jr., fazendo sua estréia pela
Renault com um belíssimo desempenho. Até a manobra do final da prova do Max,
era o nome da corrida... ano que vem a Renault terá uma grande dupla de
pilotos, com toda a certeza. Só falta o carro corresponder... seu companheiro
Nico Hülkemberg (20º) passou o final de semana testando peças para o carro de
2018 e abandonou cedo a corrida. Talvez por conta dessas peças que testou...
Em 9º chegou Felipe Massa, apanhando como de costume daquele
pessoal que fica na mureta do boxe da Williams que se auto intitulam “estrategistas”...
Que horror! Seu companheiro Lance Stroll (11º) não estava muito à vontade com o
carro e não rendeu o mesmo que nas últimas provas.
Fechando a zona de pontos (10º) chegou Daniil Kvyat, em seu
retorno à categoria. Um bom resultado, considerando os pilotos que chegaram à
frente dele, mas nada espetacular. Seu companheiro, o estreante na F-1 Brendon
Hartley (competente piloto neozelandês da Porsche no WEC), terminou em um bom
13º lugar, ao se levar em conta que era a primeira vez dele num F-1.
Próxima corrida é já semana que vem, no México, onde o
Hamilton deve se sagrar definitivamente campeão de 2017. Esperemos...
Na madrugada do domingo no Brasil tivemos o GP da Austrália
de MotoGP, onde Marc Márquez deu um passo gigantesco para o título de 2017 com
mais uma vitória, disputada, sofrida, mas importantíssima, já que seu grande
rival Andrea Dovizioso teve um domingo para esquecer, com uma moto que não se
adapta ao tipo de circuito (todas as Ducati foram mal) e ainda cometendo um
erro que um pretendente ao título não pode cometer, e o 13º lugar praticamente
matou as chances dele ser campeão. Matematicamente não acabou, mas... está bem
mais difícil. O ponto positivo da prova (além da disputa intensa pela liderança
praticamente durante a corrida toda) foi mostrar que mesmo com a perna direita
ainda quebrada o Valentino Rossi ainda tem serviço a mostrar, e com fratura e
tudo foi o 2º colocado... esse cara é um monstro, só isso. Estupendo.
Completando o pódio, Maverick Viñales, que abusou do arrojo a corrida toda e
mostrou que a aposta da Yamaha nele para o futuro da marca foi certeira.
Excelente.
Em Tarumã, na Grande Porto Alegre, tivemos mais uma rodada
dupla da Stock Car, com duas corridas bem interessantes e cheias de disputas.
Infelizmente, duas provas marcadas por punições. Na primeira prova, vitória na
pista do Ricardo Zonta (TMG), só que este deveria ter parado nos boxes para uma
verificação após o tanque de reabastecimento ter ficado preso e caído após ele
deixar a imobilidade no pit lane. O regulamento é duro, mas é o regulamento, e
todo mundo sabe disso antes de ir para a pista, ou deveria saber. Com a punição
de 20 segundos no tempo dele, a vitória ficou com Daniel Serra (RC), seguido
por Galid Osman (Ipiranga) em 2º e por Max Wilson (RCM) em 3º. A segunda
corrida foi vencida pelo Ricardo Mauricio (RC), que sacrificou sua primeira
corrida para ter o carro no melhor de sua forma para a segunda, e a estratégia
deu certo. Corrida muito inteligente. Em 2º terminou Felipe Fraga, mas esse foi
punido por ultrapassagem em bandeira amarela (o tipo de erro bobo...) e a
segunda posição acabou ficando nas mãos de Átila Abreu (TMG), que com isso
passa a 3º na pontuação, e em 3º terminou Márcio Campos (Blausiegel), que fez
uma grande corrida com um equipamento que não é exatamente de ponta. Parabéns.
E tivemos mais uma rodada de eliminação nos Playoffs da
NASCAR, com direito a “Big One” e tudo. E mais uma vez a “sorte de campeão”
apareceu. Ou como explicar a recuperação do líder do campeonato Martin Truex
Jr.? A maneira como ele escapou do grande acidente na reta oposta? E a sobrevivência
do Jimmie Johnson (em busca do 8º título) nos Playoffs, após duas rodadas em sequência?
Outro que contou com sorte foi Kyle Busch, que com os pontos da vitória no 1º
segmento conseguiu uma folga para administrar as últimas voltas lá no meio do
pelotão, e na bandeirada final nem precisaria deles na verdade, mas deram uma
tranquilidade para ele gerenciar o resultado nas voltas finais. Com a vitória desse
domingo, Truex Jr. passa a ser o primeiro piloto a vencer as duas etapas do
Kansas no mesmo ano, sua 14ª vitória na carreira. Em 2º chegou Kurt Busch, que
teve uma grande recuperação na parte final da corrida, em 3º apareceu Ryan
Blaney (outro que passou com folga para a fase seguinte da disputa pelo
título), em 4º outro piloto dos Playoffs, o ótimo Chase Elliot (que, em minha
opinião, já anda muito bem sem vencer, a hora que vencer deslancha de vez) e
fechando o Top-5 o vencedor do 2º segmento, Denny Hamlin. Nessa rodada ficaram
de fora da disputa pelo título Kyle Larson, Matt Kenseth, Jamie McMurray e Ricky
Stenhouse Jr., continuando na briga (pela ordem de pontuação) Martin Truex Jr.,
Kyle Busch, Brad Keselowski, Kevin Harvick, Jimmie Johnson, Denny Hamlin, Ryan
Blaney e Chase Elliott.
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
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