sábado, 6 de maio de 2017

Sem grilos com Cuca.

Cuca está de volta ao Palmeiras, após uma breve permanência de Eduardo Baptista. Algumas polêmicas, alguns resultados, seriam a justificativa para sua demissão. Fato é que ele foi mais um daqueles treinadores que chegaram com data de validade marcada, independentemente de sua competência.

Baptista não estava fazendo um trabalho ruim. Boa campanha na Libertadores, e  conseguiu uma virada histórica diante do Peñarol, clube de muita tradição, mordido e empolgado com seu novo estádio. Deixou o time na liderança do grupo. E eliminado num campeonato que dão pouco valor (pelo menos é o que dizem), mas quando perde é motivo de crise. O que derrubou Eduardo Baptista não foi a eliminação contra a Ponte Preta nem muito menos a derrota para o glorioso Jorge Wilstermann na última quarta-feira. O que derrubou Baptista foi a ainda disponibilidade de Cuca no mercado e as condições financeiras do clube em poder recontratá-lo. Aquela sensação de “se fosse com Cuca seria diferente”, acabou perseguindo Baptista. Claro que se o alviverde estivesse na final juntamente com seu arquirrival não haveria justificativa para demissão de Eduardo. Talvez uma possível derrota na final ou mais um revés na Libertadores seriam o motivo. Quem procura acha, era uma questão de tempo. Mas numa equipe que tem um TNT chamado Felipe Melo, nunca se sabe quando ocorrerá a próxima explosão.

Corinthians

Apesar de viver à sombra de Tite, (o que deve acontecer com os próximos 150 treinadores que passarem pelo clube), Fabio Carille não padeceu da mesma pressão que seu colega de trabalho demitido do Verdão. Com um elenco considerado mais modesto, sem tantas estrelas, a torcida sabe que não pode exigir que ele tire leite de pedra em todos os jogos. A eliminação para o Colorado em casa na Copa do Brasil também não foi motivo para sua queda, apesar de algumas críticas. A desconfiança foi amenizada pela vitória sobre a Ponte no Moisés Lucarelli, com um placar que poucos esperavam, assegurando praticamente mais um título estadual. O fato de ter sido auxiliar de Tite também dá certa credibilidade ao jovem treinador.

São Paulo

Com uma campanha regular no campeonato paulista e eliminação na Copa do Brasil, Rogério Ceni não passou pela mesma pressão de seus coetâneos da capital. Internamente ele possui quase um status de dirigente, cargo que ele poderá ocupar oficialmente em breve no Tricolor. Se um simples mortal tivesse a mesma inexperiência e resultados de Rogério, já estariam pedindo sua cabeça. Mas neste caso, a idolatria veio junto com a paciência. Pode ser que isto seja um fator positivo num futebol tão imediato. Afinal, um mito precisa de tempo pra trabalhar. Ceni fica no São Paulo, cargos para ele não faltarão no Morumbi.

Santos

Se permanecer até julho, Dorival Júnior completará 2 anos no comando do clube. Algo raro no futebol brasileiro. Eduardo Baptista por exemplo, ficou 5 meses no Palmeiras, apesar de ganhar do mesmo time de Dorival em plena Vila Belmiro em circunstâncias não muito comuns para um clássico como este. E a temporada de queda dos técnicos ainda nem chegou, que se intensifica junto com o Brasileirão. Dorival já suplantou sua primeira passagem pelo Peixe em 2010, na qual não completou um ano, saindo por causa de uma polêmica com Neymar. Naquela época, um time mais técnico, mas também com algumas vaidades, abreviou a permanência do técnico. Dorival também tem respaldo, mas também não é unanimidade. Acumulou dois vice campeonatos nacionais, venceu um estadual, mas não conseguiu fazer com que a equipe se interessasse pelo campeonato paulista deste ano na busca de um 4º tricampeonato, feito inédito na história dos clubes paulistas. Não deu, fica pra próxima. O foco passa a ser a Libertadores, e sua permanência irá depender da campanha que o time fizer nesta competição ou mesmo na Copa do Brasil.



Cada clube com suas necessidades, suas resiliências, e sabendo onde o calo ou investimento podem apertar.



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