Cuca está de volta ao Palmeiras,
após uma breve permanência de Eduardo Baptista. Algumas polêmicas, alguns
resultados, seriam a justificativa para sua demissão. Fato é que ele foi mais
um daqueles treinadores que chegaram com data de validade marcada,
independentemente de sua competência.
Baptista não estava fazendo um
trabalho ruim. Boa campanha na Libertadores, e conseguiu uma virada histórica diante do Peñarol,
clube de muita tradição, mordido e empolgado com seu novo estádio. Deixou o time na
liderança do grupo. E eliminado num campeonato que dão pouco valor (pelo menos é o que dizem), mas quando
perde é motivo de crise. O que derrubou Eduardo Baptista não foi a eliminação
contra a Ponte Preta nem muito menos a derrota para o glorioso Jorge Wilstermann na
última quarta-feira. O que derrubou Baptista foi a ainda disponibilidade de
Cuca no mercado e as condições financeiras do clube em poder recontratá-lo. Aquela sensação
de “se fosse com Cuca seria diferente”, acabou perseguindo Baptista. Claro que se
o alviverde estivesse na final juntamente com seu arquirrival não haveria
justificativa para demissão de Eduardo. Talvez uma possível derrota na final ou
mais um revés na Libertadores seriam o motivo. Quem procura acha, era uma questão de tempo. Mas numa equipe
que tem um TNT chamado Felipe Melo, nunca se sabe quando ocorrerá a próxima
explosão.
Corinthians
Apesar de viver à sombra de Tite,
(o que deve acontecer com os próximos 150 treinadores que passarem pelo clube),
Fabio Carille não padeceu da mesma pressão que seu colega de trabalho demitido
do Verdão. Com um elenco considerado mais modesto, sem tantas estrelas, a
torcida sabe que não pode exigir que ele tire leite de pedra em todos os jogos.
A eliminação para o Colorado em casa na Copa do Brasil também não foi motivo
para sua queda, apesar de algumas críticas. A desconfiança foi amenizada pela
vitória sobre a Ponte no Moisés Lucarelli, com um placar que poucos esperavam,
assegurando praticamente mais um título estadual. O fato de ter sido auxiliar de Tite também dá certa credibilidade ao jovem treinador.
São Paulo
Com uma campanha regular no
campeonato paulista e eliminação na Copa do Brasil, Rogério Ceni não passou
pela mesma pressão de seus coetâneos da capital. Internamente ele possui quase um status
de dirigente, cargo que ele poderá ocupar oficialmente em breve no Tricolor. Se um simples
mortal tivesse a mesma inexperiência e resultados de Rogério, já estariam
pedindo sua cabeça. Mas neste caso, a idolatria veio junto com a paciência.
Pode ser que isto seja um fator positivo num futebol tão imediato. Afinal, um
mito precisa de tempo pra trabalhar. Ceni fica no São Paulo, cargos para ele não faltarão no Morumbi.
Santos
Se permanecer até julho, Dorival
Júnior completará 2 anos no comando do clube. Algo raro no futebol brasileiro.
Eduardo Baptista por exemplo, ficou 5 meses no Palmeiras, apesar de ganhar do mesmo time de Dorival em plena Vila Belmiro em circunstâncias não muito comuns para um clássico como este. E a
temporada de queda dos técnicos ainda nem chegou, que se intensifica junto com o Brasileirão. Dorival já suplantou sua primeira passagem pelo Peixe em 2010, na
qual não completou um ano, saindo por causa de uma polêmica com Neymar. Naquela
época, um time mais técnico, mas também com algumas vaidades, abreviou a
permanência do técnico. Dorival também tem respaldo, mas também não é unanimidade.
Acumulou dois vice campeonatos nacionais, venceu um estadual, mas não conseguiu
fazer com que a equipe se interessasse pelo campeonato paulista deste ano na busca de um
4º tricampeonato, feito inédito na história dos clubes paulistas. Não deu, fica
pra próxima. O foco passa a ser a Libertadores, e sua permanência irá depender
da campanha que o time fizer nesta competição ou mesmo na Copa do Brasil.
Cada clube com suas necessidades, suas resiliências, e sabendo onde o calo ou investimento podem apertar.
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