terça-feira, 31 de maio de 2016

Dunga não é o melhor para seleção – Não há mistério



Dunga é o atual técnico da seleção brasileira. Não adianta você espernear como criança mimada que não recebeu o doce que estava na prateleira. Dunga continuará no cargo por mais algum tempo. Não há consenso em relação à sua permanência, mas também não há aquele que lidere a mudança. Não só a mudança de técnico, mas uma mudança profunda. Depois da humilhante participação na Copa do Mundo precisaríamos de algo radical. Nada aconteceu. Precisaríamos de algo que mudasse a estrutura, mesmo que os resultados só aparecessem há longo prazo. Por isso, independe da permanência do Dunga ou não, nosso futebol continuará ladeira abaixo.

A mentalidade em relação a seleção brasileira, e do próprio futebol brasileiro, precisa de um choque. Uma mudança de paradigma. Talvez a ausência na próxima Copa do Mundo cause esse desconforto. Talvez nossa ausência nos torne mais ativos no papel revolucionário do futebol. Por enquanto, por mais que o futebol ainda escandalize, continuaremos reacionários. Nunca na história desse país tivéssemos tanto distanciamento da seleção brasileira. Valores dos salários, crises de corrupção no futebol; profissionalismo versus paixão; falta de patriotismo: todos motivos são jogados no liquidificador para responder uma questão que é muito complexa.

Não conseguir se classificar para a Copa do Mundo é algo impensado. Mas perder de goleada para Alemanha também era. Ainda acho que vamos nos classificar, aos trancos e barrancos; apesar do Dunga. Mas, e se acontecer aquilo que nenhum (ou quase nenhum) torcedor acredita? Bem, se isso acontecer; logo de começo grandes investidores abandonarão o barco. Capitalista gosta de dinheiro, não gosta de futebol. Por isso, essas empresas gastam milhões com a seleção brasileira. Não estão preocupadas com o técnico. Nem com o jogo arte. Estão preocupadas com a visibilidade. Não estar na Copa do Mundo prejudica os negócios.

Mas nós, torcedores normais, gostamos do bom futebol. E talvez esteja aí mais um motivo do nosso distanciamento, além daqueles já revelados há pouco. Mas qual a solução? Melhorar o futebol dentro de campo. Mudar a forma de convocação, de treinamento; mudar a postura de como o jogador brasileiro chega até a seleção. Vejam que a forma de treinamento atual: impossível montar uma grande seleção. Pensem a situação: Quais seleções do mundo, nos últimos dez anos (com exceção da Alemanha e Espanha), mostraram um futebol brilhante e encantador? Quais seleções foram indiscutíveis, em padrões táticos e técnicos? Nenhuma. A seleção brasileira, em uma das suas piores safras de jogadores, consegue ter ainda ótimos jogadores. E qual a diferença entre Alemanha e Espanha? Conjunto. Conjunto, treinamento, disposição, tática e tudo que o brasileiro em si tem que aprender. O resto ele sabe, de berço.


Por isso volto a dizer: uma coisa é fundamental para que Alemanha e Espanha apresentassem um futebol mais competitivo: elas são melhores treinadas. Matéria-prima excelente e treinamento fizeram com que as duas seleções chegassem ao título mundial. As duas seleções levam em consideração que a base do time deverá chegar com alguma bagagem de grupo. O restante do conjunto é trabalhado no período permitidos no calendário FIFA. E para isso utiliza jogadores que se conhecem em seus clubes, cabendo poucos ajustes num período curto antes das competições oficiais. Fazer uma seleção brasileira utilizando esse argumento é impossível: os jogadores estão espalhados pelos quatro cantos do mundo, e se encontram algumas vezes no ano.




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Um comentário:

Arthur Simone disse...

Heavy, Alemanha e Espanha são seleções cujos jogadores jogam juntos desde o "dente de leite" até o profissional, tendo como base 1 ou 2 clubes... A Seleção brasileira é uma salada mista...