terça-feira, 3 de março de 2015

A revolução do futebol começa em Brasília



Se perguntarmos a um grupo de torcedores de futebol quais são suas insatisfações em relação ao esporte praticado no Brasil, com certeza teríamos um variado número de reclamações, críticas e sugestões. De um modo geral, há uma desmotivação que passa pelos torcedores, junta-se com os comentaristas esportivos e talvez respingue nos jogadores. Por isso, há quem ache parcela de culpa nos dirigentes, outras nos atletas (profissionais ou em formação) e até mesmo na Rede Globo - a detentora da transmissão da maior parte das competições transmitidas para o país. 

O futebol brasileiro encarou como um dos seus maiores vexames a goleada sofrida pela Alemanha na Copa do Mundo; como se isso não fizesse parte do futebol. Enxergou a derrota como ícone de uma nova revolução. Talvez o desserviço da goleada tenha o mesmo peso caso tivéssemos sidos campeões. Os problemas apresentados pelo futebol brasileiro continuaram escondidos, camuflados e enclausurados; trazendo à tona tática e formação de jogadores; mas se esquivando das responsabilidades administrativas, fiscais e financeiras dos clubes de futebol.

A chance da profissionalização de fato do futebol brasileiro vai um pouco além dessa nova mentalidade surgida há alguns anos: Construção de arenas, marketing esportivo, negociação e partilha do valor de imagem (cotas de transmissão). A profissionalização do futebol passa pela visão moderna (não tão moderna) em transformar os clubes em empresas; com ônus e bônus. Com maneiras, planejamento; responsabilidade e autoridade. Empresas que pensam e agem considerando os acionistas (torcedores), remuneração (não apenas benefício próprio) e sua responsabilidade social (pagamento de salários, por exemplo).

Exatamente por isso a proposta de refinanciamento da dívida dos clubes é importante. Mas, mais importante que isso; é necessário que o clube dê sua parte; coopere nesta ajuda. Que o clube, na figura de sua direção; saiba que, além de lidar com um patrimônio que muitas vezes é ligado a paixão dos torcedores, também tem sua relação com o cidadão comum, já que estamos falando de dinheiro público – dinheiro que não foi recolhido. Deixar que os clubes paguem quando quiserem, da maneira que quiserem; mas sem que isso reflita na maneira de como ele lidará com o dinheiro público daqui para frente é mais um ato de corrupção que tanto temos combatido. Tudo bem, posso ter exagerado; mas uma coisa é certa: o dinheiro de escolas, creches, estradas e hospitais não foram parar nos cofres públicos. Dê a isso o nome que achar mais conveniente.

Temos que esperar o bom senso dos políticos, estes que muitas vezes estão e foram eleitos exatamente por causa do clube de futebol – Como ídolos ou dirigentes, conseguiram um cargo público. Espero que o dinheiro público volte, da melhor maneira possível, e mais justa. E para isso é preciso que haja um acerto financeiro que seja honrado; como aconteceria com qualquer empresa. E que novas responsabilidades sejam ditas para se evitar novas negociações num futuro não muito distante.



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