Olá leitores!
Mais uma vez a Fórmula 1 mostrando que ela vai aonde o
dinheiro está. Hoje em dia a Rússia tem muito dinheiro (graças às reservas de
gás natural e petróleo, entre outras), já sediou Olimpíadas de Inverno, vai
sediar uma Copa do Mundo de futebol e entre uma e outra recebe agora a
categoria topo do automobilismo mundial. A pista foi construída aproveitando as
instalações feitas para as Olimpíadas de Inverno, o que deu um ar parecido com
o circuito de rua de Valência, só que com mais retas e algumas curvas mais
desafiadoras que as existentes na região portuária da cidade espanhola. Assistir
aos treinos me criou uma expectativa de que a corrida seria interessante.
Como me enganei! A primeira metade deu para aguentar, a
segunda eu estava aguardando o cataclismo que interromperia aquele suplício.
Que terror! Que corrida chata! Literalmente o que me impediu de dormir durante
a segunda metade da procissão, digo, corrida, foi a minha filha fazendo
perguntas sobre o Live Time do site da Fórmula 1 e sobre os comentários no
Twitter, nem a corrida que normalmente chama a atenção dela dessa vez chamou.
A causa? Muito provavelmente a culpa possa ser dividida
entre a Pirelli, que alegando desconhecimento do asfalto levou pneus que
desgastaram muito pouco (detalhe: quando foram fazer a primeira corrida no
recém reformado autódromo de Jacarepaguá (R.I.P.), em 1978, técnicos da
Michelin vieram até o autódromo antes, arrancaram um pedaço de asfalto de uma
das bordas da pista, o levaram de Concorde para a França, os técnicos da matriz
fizeram um pneu para suportar a abrasividade da pista e o Carlos Reutmann
ganhou a corrida com ampla vantagem), e também quem poderia trazer um pouco de
emoção para a corrida (o Rosberg) cometeu um erro infantil na primeira freada
mais forte após a largada (Dia da Criança, lembrem-se), destroçou os pneus,
teve de parar para trocar logo na primeira volta, e o esperado duelo Hamilton X
Rosberg foi para o espaço. E a corrida se transformou, em boa parte do tempo,
em uma procissão para Aparecida do Norte (aproveitando o gancho de também ter
sido comemorado o dia da padroeira do Brasil). Enfim, foi uma corrida dura. De
assistir.
A vitória ficou com Hamilton, que teve apenas de se
preocupar em levar o carro ao final e não perder a concentração com a falta de
adversários na pista. Bom para ele, que ampliou a sua vantagem sobre Rosberg. Rosberg,
por sua vez, mesmo tendo parado na primeira volta para trocar os pneus macios
com que largou pelos médios, conseguiu chegar em segundo lugar, o que mostra
bem a falta de adversários para a equipe alemã. Nem tenho o que falar.
Em 3º lugar, o “primeiro dos
normais”, chegou Bottas. Não tinha como atacar Hamilton, mesmo tendo se
esforçado para isso, e não estava na alça de mira do 4º colocado, então o que
teve de fazer foi administrar a posição, mais um merecido pódio para o jovem
finlandês. Seu companheiro Massa (11º) teve problemas no treino de
classificação, largou em 18º e ao final da corrida parecia orgulhoso de ter
feito um bom trabalho, chegando na frente de 2 Toro Rosso, 2 Sauber e 2 Lotus...
como sempre, achou uma desculpa para não ter alcançado a zona de pontuação,
dessa vez foi o tráfego. Felipe, infelizmente nas corridas de automóvel os
outros pilotos não abrem voluntariamente a pista para você passar, o tráfego
existe e os outros pilotos sabem lidar melhor com isso que você. Sei que você
não vai ler essa coluna, mas o mundo das pistas é cruel, e não dá para aguardar
o momento ideal para iniciar a manobra de ultrapassagem. Além do mais, o
estrategista tem ideia absurda e ele nem para questionar. Lamentável.
Em 4º e 5º lugares chegaram os
pilotos da McLaren, na ordem Button e Magnussen, aproveitando que o carro se
adaptou bem à pista russa. Magnussen, especificamente, fez uma bela corrida,
saindo de 11º na largada para 5º ao final da prova, tendo ultrapassado os mesmo
adversários que massa reclamou... Button ressaltou a durabilidade dos pneus,
dizendo que talvez durassem a corrida inteira.
Em 6º chegou Alonso, arrancando
tudo o que podia de sua Ferrari. Depois reclama
dele estar se oferecendo para pilotar
por outras equipes... seu companheiro Räikkönen terminou a corrida em
9º, pontuando mas mostrando também as diversas deficiências no projeto da F14T.
Em 7º e 8º chegou a dupla da
Red Bull, respectivamente Ricciardo e Vettel. Ambos não tinham carros
exatamente velozes de reta e pagaram o preço disso na posição final da corrida,
mas ao menos os carros se comportaram bem durante a prova, dá para usar de base
para o carro de 2015, não é como a Ferrari que se quiser vencer vai ter de
refazer o carro inteiro...
Fechando a zona de pontuação em
10º lugar chegou o algoz de Massa (ou, ao menos na cabeça dele, é o algoz), o
mexicano Sérgio Pérez. Enfrentou problemas com o consumo de combustível no
final da prova, mas mesmo assim conseguiu manter atrás de si um carro da forte
equipe Williams, fez uma bela corrida. Seu companheiro Hülkemberg (12º)
escolheu um acerto estanho para a Force India, privilegiando a velocidade em
curvas em detrimento da velocidade em retas, e a escolha não se mostrou a
melhor possível.
Próxima corrida é dia 02/11,
Grande Prêmio dos EUA, no Texas. Como a Plim-Plim gosta de fazer com corridas
que interferem no horário do futebol, a prova será transmitida ao vivo pelo
SporTV ao invés da emissora aberta. Pelo menos os narradores são melhores...
Até a próxima!
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