Olá leitores!
Domingo de festa em Hockenheim: não apenas o autódromo ainda
respirava a comemoração do título da seleção alemã de futebol (afinal, a
Mercedes é uma das patrocinadoras da seleção, e os caminhões da marca tinham o
logotipo da federação com as 3 estrelas “normais” e a 4ª sendo a estrela da
própria Mercedes) como aconteceu um feito histórico. Afinal de contas, a última
vez que uma combinação de piloto alemão, carro alemão e motor alemão venceu uma
corrida da categoria máxima do automobilismo em solo alemão foi antes de
criarem a Fórmula 1. Mais precisamente em 1939, quando a categoria ainda
atendia pelo nome de Grand Prix, com o Mercedes “Flecha de Prata” de Rudolf Caracciola.
Muito, muito tempo.
Vitória sossegada de Rosberg, que largou na ponta e teve um
grande trabalho para não perder a concentração no meio da corrida, já que não
foi ameaçado em momento nenhum. E como do segundo lugar para trás a corrida foi
muito legal, ele praticamente não apareceu na transmissão. Seu companheiro
Hamilton (3º) fez uma corrida que deve ter considerado muito divertida, já que
se acidentou na classificação e teve de largar lá atrás e vir ultrapassando os
outros carros. Ou pelo menos achou divertida até tocar o carro do Button em uma
ultrapassagem e danificar a ponta esquerda da asa dianteira. No final tentou
pressionar o Bottas para ver se ele cometia algum erro e facilitava a ultrapassagem,
mas isso acabou não acontecendo. De qualquer maneira, ganhar 17 posições pode
ser considerado um bom trabalho.
Em 2º chegou Bottas, que fez uma ótima largada, mantendo a
segunda posição conquistada na classificação (lembremos que quem larga do lado “par”
do grid em Hockenheim fica em uma parte da pista que não é usada normalmente
durante a corrida, e portanto tem mais sujeira e menos aderência) e passou o
resto da corrida se defendendo dos ataques dos outros pilotos que queriam a
posição. Muito maduro para um piloto tão jovem, excelente. Seu companheiro
Massa continua pendente de uma visita aos terreiros soteropolitanos, já que
dessa vez sua corrida foi ainda mais curta que na Inglaterra: na primeira curva
já se enroscou com Magnussen (que largou em 4º e tentava o ultrapassar),
segundo ele com a visão prejudicada pelo Bottas, e o carro virou de ponta
cabeça, conseguindo parar com as rodas para baixo ao fim de um “passeio” de
cabeça para baixo na área de escape. De imediato os jornalistas que acompanho
pelo Twitter colocaram a culpa do acidente no Massa, alguns retrocedendo depois
de rever o acidente por diversos ângulos. Pessoalmente concordo com a decisão
dos comissários, achei que foi acidente de corrida. Dois pilotos disputando uma
posição, nenhum deles aliviou, acontece. É que ultimamente tudo de errado
acontece só com o Massa...
Em 4º chegou Vettel, que pode ter sua corrida sintetizada na
grande luta para ficar à frente de Alonso. Acelerou tudo, tirou tudo o que
podia do seu Red Bull e foi agraciado com a melhor posição de chegada entre os
carros que não têm motor da Mercedes. Ótima pilotagem. Seu companheiro
Ricciardo foi outro que mostrou que é um dos grandes da categoria na
atualidade: perdeu muitas posições ao desviar do enrosco Massa X Magnussen,
caiu lá para trás e disputou posições praticamente a corrida toda, para
completar no final teve um duelo dos mais bonitos com Alonso – que, com
certeza, deve ter achado que o novato “respeitaria” sua condição de bicampeão
mundial e ofereceria menos resistência... não foi o que aconteceu: Alonso passou
nas voltas finais, mas o Ricciardo vendeu muito caro a ultrapassagem.
Em 5º terminou Alonso, que continua reclamando do carro, que
segundo ele apresenta pequenas melhoras corrida a corrida mas que não se
traduzem em melhoria nos tempos de volta ou melhoria na posição final da
corrida. Enfim, é El Llorón de las Astúrias, não esperava nada diferente dele.
Mas ao menos ele procura extrair o que é possível do carro, o que não vem
acontecendo com seu companheiro Räikkönen (11º), que está tão apático quanto é
possível um piloto de grande equipe estar apático.
Em 7º tivemos o Hülkemberg. Pessoalmente, por causa do motor
Mercedes e das longas retas, eu esperava ele um pouco mais à frente. Contudo,
levando em conta os problemas que enfrentou com pneus e com pequenas falhas no
motor, não foi um mau resultado. Seu companheiro Pérez (10º) se entendeu menos
ainda com os pneus, que não se comportavam como nos treinos de 6ª e sábado pois
nesse domingo a temperatura estava mais baixa, e não brilhou.
Em 8º e 9º tivemos a dupla da McLaren, respectivamente
Button e Magnussen, ambos com os carros não exatamente em condições perfeitas
no momento da bandeirada, já que andaram se envolvendo em toques com outros
pilotos. Enfim, o importante para a equipe é que ambos pontuaram, e de qualquer
maneira no começo do ano nem nos pontos eles chegavam.
Próxima corrida será já semana que vem, no kartó..., ops,
autódromo de Hungaroring, a perfeita antítese de Hockenheim: pista lenta,
travada, dificílima de ultrapassar, mas que se mantém na categoria. Enfim,
vamos torcer por uma boa corrida.
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
Nenhum comentário:
Postar um comentário