Dunga está de volta. Capitão do
Tetra em 1994, sempre foi lembrado por um estilo de jogo mais viril ou pegado.
Símbolo do estilo de volantes destruidores que marcou os anos 90, trouxe um
pouco desta filosofia na Copa de 2010, apesar de contar com jogadores
habilidosos naquela época como Robinho, Elano, Kaká, Luís Fabiano, todos em boa
fase. Outras apostas que foram destacarei a seguir.
O técnico da Copa da África volta
agora numa versão “paz e amor” e mais light. Travou uma guerra contra a imprensa
nesta Copa, pronto para rebater qualquer crítica. Chegava a ser irritante e
constrangedor assistir coletivas de imprensa naquela época. Não soube dividir o
que era profissional do pessoal.
Passado a eliminação para a
Holanda naquela Copa, parecia que os dias de “Era Dunga” haviam terminado,
apesar do retrospecto ter sido positivo, como nesta notícia do portal
Terra em 02/07/2010:
“O ciclo de Dunga como técnico da Seleção Brasileira se encerrou nesta
sexta-feira. Em 68 jogos (contando a Seleção Olímpica), foram 49 vitórias, 12
empates e somente sete derrotas; 144 gols a favor e 45 contra; e um ótimo
aproveitamento de 77,9%. Porém, a sétima derrota veio exatamente quando não
podia: em um jogo eliminatório de Copa do Mundo. A Holanda selou a despedida do
treinador com uma vitória por 2 a 1, pelas quartas de final, em Port Elizabeth”.
Lembrando que a Seleção
conquistou a Copa América de 2007 e a Copa das Confederações em 2009, fazendo
também com que Dunga fechasse o grupo de jogadores com este título.
Não digo que a volta de Dunga
seja um retrocesso (mas também não considero um avanço), até porque com a
topada que a seleção levou contra a Alemanha, muitos estigmas caíram por terra.
Dunga também enfatizou que não temos mais o melhor futebol do mundo, e muito
menos os melhores jogadores. Volume morto no Sistema Cantareira e na Seleção
Brasileira.
Mas a volta de Dunga também
significa que vivenciamos uma crise não apenas jogadores, mas também de
técnicos. Tal como o escrete de Felipão que era praticamente inquestionável,
por não haver mais nomes, o torcedor e os comandantes da CBF olham para o lado
e veem poucas opções (fato é, que nas mesas de discussões foram cogitados
técnicos estrangeiros).
E como não ganho nada para isto,
assim como disse em 2010, torcerei para que esta nova incursão do capitão do
tetra dê certo: pois não temos talentos e muito menos um Telê Santana.
Sou brasileiro, mas não tenho
memória curta. Por isto vou reproduzir aqui o que disse sobre alguns escolhidos
por Dunga logo após a eliminação contra a Holanda, no mesmo 02 de julho da
manchete acima, no Patativa:
“Quando o time perde, é muito fácil apontar os erros e disparar a
metralhadora. Não vou aqui malhar o Dunga. Algumas de suas apostas (como Elano
e Ramires) haviam dado ou estavam dando certo. E a Seleção ganhava muito no
entrosamento de Elano com Robinho. Mas três delas ao meu ver, não
corresponderam:
Michel Bastos: Não tem condições técnicas de jogar na lateral esquerda
Seleção. Um bom jogador para clube. Levou um baile do Robben.
Daniel Alves: Apesar de vestir a camisa do Barcelona provou ser um
jogador comum na lateral e medíocre no meio campo.
Felipe Melo: Desequilibrado. Apenas razoável do ponto de vista técnico.
Um jogador que não conhece a própria história da Seleção (disse que não conhece
os jogadores de 1970), não se pode esperar muita coisa mesmo.
Acredito que os demais jogadores caem no senso comum, ou seja, muito
provavelmente iriam à Copa mesmo se o técnico fosse outro, dos que entraram em
campo. Talvez tenha faltado mais algum na lista das apostas de Dunga (o
pentacampeão Gilberto Silva?).
Parabéns à Holanda que venceu da maneira mais limpa possível, dentro e
fora de campo. Sempre respeitou o Brasil, e nunca cogitou provocações”.
(02/07/2010).
Segue os links dos textos citados
neste post:
Terra: http://esportes.terra.com.br/futebol/copa-do-mundo/2010/linha-do-tempo-relembre-o-trajeto-do-tecnico-dunga-na-selecao,9208a9032e6fa310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
Patativa: http://patativadabola.blogspot.com.br/2010/07/brasil-x-holanda.html
Como disse, Dunga está de volta. Mas será que ele fica até 2018?
Um comentário:
Não sei, acho que foi contratado para fazer a limpeza; botar ordem na casa. Não acredito que Dunga Paz e Amor durará nas primeiras derrotas.
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