E acaba mais uma
excursão do futebol brasileiro. Brasil jogou três partidas e continua invicto:
não ganhou nenhuma. Uma derrota para a Inglaterra e dois empates contra Itália
e Rússia. Se os jogos servirão de teste para o Felipão, só o tempo irá dizer. A
apresentação da seleção foi bem abaixo do esperado, seja em aspecto tático como
técnico. Para o tático temos uma desculpa: o tempo de preparação é nosso
inimigo de várias décadas. O aspecto técnico, bem isso é uma história longa.
Brasil começou com
Júlio César, Daniel Alves, Thiago Silva e David Luiz e Marcelo na zaga. Contra
Felipão apenas a ausência de Cavalieri. No meio de campo também surgem
ressalvas: Fernando como marcador e Hernanes (perdendo sua última chance de ir
para a Copa); Oscar (Hulk) e Kaká (Diego Costa). É nesse quadrado do meio de
campo onde temos os maiores problemas. Tudo bem que tivemos a ausência por
contusão de Paulinho e Ramirez, mas o Brasil não pode contar com esse meio de
campo para ser campeão mundial.
Kaká é um jogador
apagado, perdeu a vontade de jogar bola. Joga por comodidade. Não sei se a
reserva fez mal ao sujeito ou o sujeito é que está fazendo bem a reserva. Oscar
é um bom jogador, seria uma opção de elenco, não estrela principal. Hulk é a “teimosia
do treinador”. Sempre existe aquele jogador que só treinador acredita: Hulk é
esse cara. Diego Costa eu conheço pouco, e pelo que conheci na seleção, tenho
grande esperança de vê-lo jogando um dia, coisa que ainda não fez. A
unanimidade parece mesmo ser o Fred, artilheiro a recente Era Felipão.
Os próximos jogos
contarão com jogadores que atuam apenas no Brasil. Nunca na história deste país
fiquei tão eufórico em não contar com os “estrangeiros”. Tirando um ou dois
nomes, estes são coadjuvantes. As nossas estrelas estão aqui, jogando os mequetrefes campeonatos regionais.
Ou ainda a medonha Libertadores. São os jogadores no Brasil, acostumados com o
clima, campo e condições gerais; que poderão nos salvar na Copa do Mundo. A
situação é complicada, mas ainda assim esperançosa.
Nossos jogadores não
são os melhores, nossos times, de maneira geral, apanham de qualquer time
estrangeiro. Não temos nomes na mídia mundial. Tirando a promessa Neymar, que
por hora é apenas peça fabulosa para o Santos, mas que não mostrou quase nada
contra o futebol do mundo; temos poucos jogadores “fazendo a diferença”. Assim,
qualquer treinador terá dificuldade em formar uma seleção competitiva,
portanto, precisamos contar com os melhores jogadores, os destaques; mas não
pensem em ídolos, não temos. Esses jogadores,
em sua maioria, são jogadores um pouco acima da média, mas nada de excepcional.
Precisam de treinamento, tempo; jogarem juntos; essas coisas.
Talvez por essa razão
Pelé tenha brincado em relação ao time do Corinthians. A idéia pode ser
absurda, mas o conceito é sério. Individualmente o Corinthians tem um ou dois nomes
para a seleção, no entanto o conjunto é um dos mais fortes do mundo. Se Felipão
tem condições de ter jogadores melhores do que os jogadores do Corinthians;
pode muito bem montar uma seleção competitiva. Basta largar de lado as experiências
e alguns nomes que não são unanimidades. O tempo está correndo e ainda estamos
esperançosos com a técnica do jogador brasileiro; quando na verdade nossas
conquistas recentes (em clubes ou em seleções) foram muito mais ligadas aos
aspectos táticos.
2 comentários:
Concordo em gênero, número e grau com o post, contudo, temos um agravante; a Copa será realizada no nosso país. Não ter um time competitivo será um problema. Não ter um time técnico o suficiente pra levantar a torcida, também. Carecemos de ídolos, sim, mas, carecemos ainda mais de um futebol bem jogado. Esses últimos amistosos foram decepcionantes e, estrategicamente, gostaria que, nesse ano, não fizéssemos mais esse World Tour ou Global Tour. É importante que os jogadores joguem no nosso país, sintam a angústia do torcedor e até mesmo conquistem a torcida. No ano que vem esse distanciamento cobrará um preço caro.
"Nunca na história deste país..." tivemos uma seleção tão comum.
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