A maior competição “da descoberta de talentos acabou”. Corinthians é campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior pela oitava vez. Pelo menos mais de trinta mil pessoas no Pacaembu, e a porção de torcedores e não torcedores na frente da televisão, acham a competição fantástica. Não vamos tirar o mérito da conquista, ela realmente é muito importante. Também não podemos dizer só coisas ruins do torneio, talvez o único na espécie e no gênero por esses lados de cá. Mas essa corrida em achar ali a geração que vai representar o Brasil parece ser um milagre.
É verdade, os jogadores que estavam na competição serão os jogadores do futuro. Mas isso não quer dizer que os vitoriosos já estão na sombra e os perdedores banidos do futebol. A coisa não acontece desse jeito, muito menos quando empresários e negócios estão envolvidos. “Dar certo para o futebol”, nessa altura do campeonato, ainda no início da vida profissional, não é somente uma questão de habilidade, mas de inúmeras questões que envolvem a sorte, indicação, gerenciamento e “estar na hora certa” com as “pessoas certas”.
Vamos supor que uma parcela desses jogadores virem os craques do futuro. Mesmo assim não devemos alimentar a competição com essa característica magnânima: afinal, revelar craques faz parte de nossa obrigação. Então, a melhor e única coisa que esperamos desses jogadores é que alguns deles se tornem ídolos em seus respectivos clubes.
Não ter esperança nisso é quase um suicídio para o futebol.
Acontece que, desde há muitos anos, estamos vendo e revendo que esses craques não aparecem por ali. Vejam os exemplos dos nossos maiores craques da atualidade: Neymar e Ganso. Teriam eles descoberto o seu verdadeiro futebol somente depois de se profissionalizarem? E mais ainda, nessa tendência nostálgica de dizer que Falcão, Zico e Ronaldo foram descobertos na Copa São Paulo. Não descobrimos mais nenhum jogador daquela época para cá?
Como nesse ano não quero me meter nesse negócio de ser o “ranzinza” da turma, torço mesmo para que alguns nomes se apresentem para o futuro. Em especial no Corinthians, pelo menos uns cinco nomes já são bem vistos pela diretoria e com aceitação do atual treinador, Tite. Conforme informado pelo gerente de futebol, Marquinhos, Gomes, Denner, Giovanni, Matheus, Matheuzinho e Paulinho são nomes certos para esse ano. O grande herói do título, Antonio Carlos, não terá chance esse ano e já tem propostas para defender clubes menores, por empréstimo.
É só guardar os nomes e aguardar o futuro.
Um comentário:
É meu caro, mas, o problema é que esses garotos não tem a intenção de ser o futuros dos nossos clubes. Se perguntarmos para qualquer um desses jovens da foto, a maioria vai dizer que tem como o grande sonho profissional "jogar no Corinthians para aparecer e fechar contrato com um dos grandes clubes europeus". Triste. Os caras não querem mais ser o futuro do nosso futebol. O negócio deles é fazer o seu próprio futuro, o da sua família, o do empresário. Por essas e outras não tenho mais tanta empatia pela Copinha, mas, enfim, desejo sorte pros garotos.
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