Olá leitores!
E a feira acabou. Hora de limpar o chão, recolher a barraca e botar tudo no caminhão. E esse GP do Brasil teve clima mesmo de fim de feira. O título já estava decidido, a chance do Button perder o vice era remota, a decisão era pelo 3º lugar – que, graças ao “sério problema de câmbio” do Vettel, ficou com o Webber. A corrida refletiu esse clima, tendo sido uma das mais modorrentas desde que o GP do Brasil voltou para Interlagos. Algumas emoções esparsas, como o Primeiro Sobrinho (Bruno Senna) dividindo a curva com o Schumacher, as disputas Alonso X Button e a defesa do Massa quando Hamilton tentava o ultrapassar, mas no geral não foi das mais brilhante, para ser caridoso.
Webber obteve sua primeira vitória do ano em um jogo de equipe mal disfarçado. Aquela história do problema de câmbio do carro do Vettel foi uma das piores desculpas que já ouví. Tanto que, após o Webber ultrapassar o Vettel, o “problema” desapareceu e o campeão voltou a andar rápido. Até a Ferrari comentou no Twitter dela esse estranho problema. De qualquer maneira, a equipe fez uma importante dobradinha para ampliar ainda mais a vantagem dela na pontuação geral do ano, e o Vettel já tinha obtido a 15ª pole position do ano (ultrapassando em números absolutos a marca do Nigel Mansell, que em 92 fez 14 poles em 16 corridas; Proporcionalmente, o Mansell ainda está na frente).
Button completou o pódio após fazer uma bela corrida, onde levou um passão do Alonso por fora na entrada do Laranjinha, e depois devolveu a ultrapassagem na Reta Oposta. O carro nitidamente rendia melhor com os pneus médios que com os macios, e isso valorizou o 3º lugar dele. Hamilton vinha fazendo uma boa prova, até que o câmbio quebrou – no caso dele, foi de verdade o problema.
Alonso bem que tentou chegar ao pódio, mas o carro não ajudou. E de quebra perdeu a 3ª posição no campeonato para o Webber. No final das contas, deve ter ficado feliz que a temporada acabou. Massa, pela 6ª vez no ano, foi 5º lugar, que é aquilo que o carro dele permite de melhor. Se o Alonso, que é um fora de série, não conseguiu fazer milagres, o Massa – que é um bom piloto, mas nada excepcional – é que não conseguiria. Seu melhor momento foi a defesa de posição em relação ao Hamilton. Aliás, após a corrida o Hamilton interrompeu uma entrevista coletiva do Massa para dar os parabéns e lhe abraçar. Aparentemente, resolveram suas diferenças pessoais, o que sempre é bom.
A Mercedes não teve um dia dos melhores: Rosberg (7º) levou uma ultrapassagem cinematográfica do 6º colocado Adrian Sutil (da poderosa Force India) e o Schumacher quis fazer graça para cima do Primeiro Sobrinho, ele pensou “Aquí no Esse do Titio não!”, não aumentou a pressão no pedal do freio, tocou no pneu do alemão e o furou. Poderia ter passado tranquilamente como incidente de corrida, mas os fiscais, mais realistas que o rei, o puniram com um drive-through.
Por falar no Bruno Senna, o Primeiro Sobrinho fez uma ótima classificação, mas na corrida o carro perdeu a 4ª marcha (outro que teve problemas de verdade no câmbio), e isso somado à punição, acabou com as chances dele fazer uma boa apresentação.
E essa pode ter sido a última corrida do Rubinho, haja vista os problemas financeiros da Williams e o leilão que estão fazendo das vagas na equipe. A coisa na Williams até que não estava tão ruim... só que o Congresso da Venezuela resolveu auditar todos os patrocínios da PDVSA (a Petrobrás deles), o gato já subiu no telhado para o Ernesto Viso na Indy e pode subir para o Maldonado na F-1. Resumindo, quem pagar mais senta no carro. Rubinho está buscando empresas brasileiras que o patrocinem, vamos ver o que acontece.
Com o término da temporada, agradeço a todos a leitura de minhas colunas, os pertinentes comentários, e gostaria de dizer que foi um grande prazer comentar as corridas para o Patativa da Bola.
A princípio, essa coluna volta a falar de F-1 em 11/03/2012, data do GP do Bahrein. Isso é, se eles resolverem os problemas políticos e sociais que impediram a realização da prova esse ano. Caso contrário, em 18/03 tem o GP da Austrália, em Melbourne. Mas pode ser que antes do começo da temporada eu busque novamente as opiniões do Pai Alex para o campeonato do próximo ano, vai depender de conseguir pagar o preço do renomado futurólogo (uma garrafa de Johnnie Walker Golden Label).
Um ótimo final de ano para todos!
Alexandre Bianchini
2 comentários:
A grande questão para os brasileiros é: Senna continua? Massa mais um ano? Rubinho arrumará patrocínio?
Aguardar a novela dos bastidores da F1.
Massa certamente fica em 2012. Para 2013, fai depender do quanto o pé direito dele estiver pesado no próximo ano.
Rubinho e Senna ainda estão indefinidos. Bruno tem a vantagem do patrocínio do grupo do Eike Batista, mas não sei o quanto isso valerá contra a grana vinda do Oriente ou da Mãe Russia. A conferir.
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