domingo, 16 de outubro de 2011

Num futebol de craques há espaço para o um time? a Lusa mostra que sim


Começar um campeonato é fácil, terminá-lo bem é complicado, mas ganhá-lo é o que todos querem. Existem muitas fórmulas para se chegar ao título, contudo as regras do brasileirão colocam alguns princípios universais que se postos como prioridade podem ajudar um time obstinado a alcançar o ponto mais alto da tabela.

Dentro de campo se exige do elenco capacidades e qualidades de ataque, meio-campo e defesa. Um elenco não precisa de estrelas ou de salários milionários, mas de jogadores comprometidos, com metas a serem cumpridas. Fazer muitos gols e tomar poucos, dar passes precisos, cobrar bem faltas. Esta é a lógica fundamental de um campeonato de pontos corridos do início ao fim: bola na rede e três pontos ao final dos noventa minutos.

Parece tudo meio óbvio, mas não é. O mundo do futebol não é regido por uma lógica formal. Aquilo que parece óbvio não é tão óbvio assim. No decorrer de um campeonato muita coisa acontece: jogadores viram celebridades, festas aqui e ali quando o time está numa boa fase, propostas milionárias surgem, etc. Estes percalços mexem com um time. Egos inflados e vaidades em demasia podem destruir qualquer boa campanha. Esses são dois aspectos que normalmente atrapalham e muito o desenvolvimento do bom futebol de uma equipe dentro de campo.

Bom, mas o que isso tem a ver com a Lusa na reta final? Tem a ver sim. Embora na série A estes problemas sejam mais corriqueiros, eles também podem aparecer na série B, sobretudo quando se está muito tempo isolado na liderança de um campeonato tão disputado. A Lusa durante todo o campeonato tem se mostrado como um time e não como uma coleção de jogadores. Os salários pagos no Canindé nunca foram milionários e neste campeonato não é exceção. A despeito disso, o pessoal tá recebendo em dia. A boa campanha tem atraído mais patrocínios. Diferentemente de outros anos, o clube conseguiu manter seus jogadores focados mais no campeonato que nas propostas de seus empresários. Outro diferencial importante é a comissão técnica. Jorginho sabe mexer no time, sabe tirar o melhor de cada jogador e sobretudo: sabe trabalhar uma meta coletivamente.

Com o bicho em dia, com o espírito de coletividade fortalecido, sem egos astronômicos e com uma meta comum, a Portuguesa segue líder. Mais uma vez a lusinha dá um exemplo para os ditos “times grandes”, mostrando a diferença fundamental entre ser grande na competição e não na folha de pagamento. O pessoal do Canindé está mostrando que no futebol contemporâneo há muito espaço para o talento coletivo.

Um comentário:

Mario disse...

Rapaz, o Jorginho é um excelente técnico. Bom sujeito, desde os tempos de jogador. Acho que a pior besteira que o Palmeiras fez foi mandá-lo embora.