terça-feira, 18 de outubro de 2011

Já vai, Adilson?

Após semanas de fritura intermitente, Adilson Batista não é mais o técnico do Tricolor. Foi demitido após a derrota de 3 a 0 para o Atlético-GO, no vestiário, sem maiores cerimônias. A diretoria, que já o havia alertado durante a semana que o seu emprego dependia de uma vitória contra o “Dragão Campineiro”, mandou-o direto pro caixa após o apito final. A goleada serviu o técnico frito, de bandeja, para a torcida. Taí o culpado. Podem se servir, pessoal!

Até aí, nada de novo, afinal, o Brasileirão contribui com a economia nacional abrindo vagas de emprego e oportunidades para técnicos de futebol a cada rodada, com o perdão da piada óbvia. A diferença é o fato de que, desde meados de 2009 quando Muricy foi demitido do cargo de técnico, o São Paulo já contou com 04 profissionais no comando da comissão técnica. Isso sem falar no bom companheiro Milton Cruz que “vira e mexe” é chamado pra tapar o buraco.

Tivemos Ricardo Gomes, Sérgio Baresi (interino efetivado, sim senhor), Paulo César Carpegiani e agora, Adilson Batista. A lista até que não é a maior do futebol brasileiro, mas, gigantesca para um clube que se orgulhava de fazer trabalhos de médio e longo prazo, dar tempo aos profissionais e não atender aos apelos apaixonados da arquibancada. Era o tempo do “Clube mais Querido”, do “Futebol Champanhe” e tal e coisa. Atualmente, o São Paulo é mais um dentre os grandes brasileiros; mal administrado, imediatista e refém das vontades e mimos dos jogadores. Somos agora, no máximo, o “Futebol Espumante”.

Se o motivo da saída do Muricy foi o futebol apresentado pela equipe, que não correspondia às tradições tricolores, o que dizer, então, da saída dos outros quatro profissionais? O futebol são-paulino melhorou? Acho que não. Temos jogadores mais comprometidos com a excelência e qualidade do jogo? Nem pensar. Os boleiros são os mesmos e a bolinha jogada também.

O Adilson cometeu muitos erros e o principal deles, em minha opinião, foi ter abandonado parte de suas convicções e ter acreditado na compreensão da diretoria com os maus resultados. O time falhou feio na marcação pelas laterais. Os volantes (em número excessivo de três) marcavam mal e não ajudavam em nada a criação, jogando toda articulação ofensiva nas costas do Lucas. O ataque continua inoperante, parte pela falta de condições físicas ideais do Fabuloso, parte pela inconstância do Dagoberto. Sem falar do ex-jogador em atividade e atual twiteiro de plantão Rivaldo, que quase nada produziu, mas, conseguiu colocar tanto o Carpegiani quanto o Adilson numa senhora saia justa, exigindo, injustificadamente, a sua escalação entre os titulares.

Se o São Paulo fosse uma empresa, acredito que nessa altura do campeonato a fila no RH estaria longa, mas, como o clube é um organismo movido a interesses políticos e conveniência econômica, mais uma vez o elenco são-paulino não passará por nenhuma degola. Restam oito jogos e vejo apenas uma luz fosca no final do túnel. Espero apenas que ao final da temporada a diretoria empenhe os seus esforços no processo de renovação do elenco. A conta é simples; mais garotos, menos veteranos contraproducentes e recalcados.

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