domingo, 11 de setembro de 2011

Pé no Fundo na Itália

Olá leitores!

Que corrida! Quem pegou apenas o último quarto da corrida deve ter achado a prova absolutamente normal... mas isso por não ter visto o início e o meio da prova! Desde a largada a corrida foi de encher os olhos. Em minha modesta opinião, os dois melhores momentos foram a ultrapassagem do Vettel sobre o Alonso, colocando duas rodas na grama, e a primeira ultrapassagem do Hamilton sobre o Schumacher, quando o experiente alemão aproveitou a boa tração do carro Mercedes para dar o troco no inglês por fora na Curva Grande e concluindo a ultrapassagem na Variante della Roggia (2ª chicane). É verdade que quem ficou prestando atenção apenas no Vettel deve ter tido sono após a 10ª volta, que foi quando ele sumiu do alcance visual do Alonso. O que o velho Schummi fez com um carro muito rápido de reta mas nem tanto de curvas foi uma obra prima. Até acho que ele poderia ter segurado o Hamilton por mais tempo se o Ross Brawn não ficasse azucrinando ele pelo rádio para “dar espaço para o outro piloto”, pois afinal de contas o regulamento esportivo da categoria não prevê que o piloto atacado possa se defender... enfim, fazer o quê?

Nessa prova o Vettel já pôs uma mão e mais 3 dedos na taça de campeão. A diferença de pontuação entre ele e o 2º colocado (Alonso) é de 92 pontos, o equivalente a 3 vitórias e um 2º lugar, se o Vettel não pontuasse nessas 4 corridas. Faltando 6 corridas para o final, não seria de se espantar se o título viesse no GP do Japão (09 de outubro), no mesmo autódromo de Suzuka que tantas decisões de campeonato viu... Para compensar, o glorioso Webber errou na classificação, largou mal, bateu no Miojinho e, voltando aos boxes para trocar o bico quebrado, esqueceu que estava sem esse importante apêndice aerodinâmico e perdeu a frente na freada da Parabólica, encerrando ali a sua desastrada participação.

Hamilton e Button se beneficiaram da força dos motores Mercedes para fazer uma grande apresentação. Hamilton foi ensanduichado na largada pelo Vettel e pelo Alonso, foi ultrapassado pelo Schumacher – que fez uma ótima largada – e depois passou metade da prova disputando posição com o veterano alemão. Foi impressionante ver como o Hamilton, usando a asa móvel e o KERS, no máximo igualava a velocidade máxima do carro do Schummi. Depois de uma fechada que tomou do alemão quando tentou ultrapassar na Curva Grande, Hamilton deu uma levantada de pé para controlar o carro e o Button o ultrapassou para, logo em seguida, deixar o alemão para trás (com o auxílio da asa móvel) na reta antes da Variante Ascari (3ª chicane). Foi com uma facilidade impressionante que Button fez o que o companheiro mais badalado demorou voltas e voltas para fazer... Posteriormente ele também ultrapassaria sem grandes problemas o Alonso, já às voltas com a opção mais dura de pneu, para terminar em 2º, e o Hamilton poderia ter chegado em 3º se não tivesse perdido tanto tempo com o Schumacher.

Alonso mais uma vez tirou Chianti de pedra para levar o carro ao pódio, e teve a sorte do Hamilton ter chegado nele no momento errado. Tivesse chegado uma ou duas voltas antes, teria perdido a posição inapelavelmente. Até dá para desculpar ter tomado uma ultrapassagem por fora do Vettel na Curva Grande. Já o Miojinho (Massa) até que não estava mal, mas foi alvejado pelo Webber, perdeu diversas posições e terminou a prova naquele que é o seu lugar cativo esse ano, o 6º lugar. Penso em mudar o apelido dele de Miojinho para Sextinho...

Na Mercedes, como já dito, grande prova do Schumacher, que guiou como nos velhos tempos de Ferrari. Não saberemos o que o Rosberg poderia fazer com um carro tão veloz de reta pois esse foi eliminado na prova logo na primeira curva, quando o desastre ambulante chamado Vitantonio Liuzzi perdeu o controle na freada, o carro foi para a grama e fez um strike automotivo com o Rosberg e o Petrov. Realmente tem piloto que tem padrinho muito forte, e o Liuzzi é um desses...
O Bruno Senna fez uma corrida segura. Conseguiu escapar ao strike da largada, e aproveitou o safety car para trocar os pneus médios com que largou pelos macios, e assim foi até o fim da prova. Quando a equipe mandou acelerar, acelerou. É muito cedo para dizer que é um gênio, um fora de série, mas também não é um Liuzzi ou um D’Ambrosio da vida.

E por falar em brasileiros, parece que a carreira do Rubinho vai acabar, e não por vontade dele. A Williams, apesar de ter o Maldonado levando uma boa grana para a equipe, continua passando o chapéu, e a chance de pegar um segundo piloto pagante para o ano que vem é bem razoável, o que encerraria a carreira do Rubens pois as equipes grandes e médias já estão com as duplas definidas, e sobraria para ele entrar com patrocínio para guiar em uma das equipes nanicas... Enfim, quem sabe isso acontecendo ele não resolva levar o talento dele para as categorias de Endurance, onde a capacidade dele andar próximo ao limite sem desgastar o carro seria melhor aproveitada do que na F-1 de hoje, com carros que dificilmente quebram.

Próxima corrida em Cingapura (25/09), aquela prova com iluminação artificial onde o Nelsinho bateu no muro para favorecer a estratégia de corrida do Alonso, então na Renault... Uma corrida chatinha, mas ao menos como a prova acontece à noite para eles será de manhã para nós.

Até a próxima!

Alexandre Bianchini

Um comentário:

Sérgio Oliveira disse...

A melhor corrida do ano, com certeza.