Brasil e Argentina fizeram o primeiro jogo do Superclássico. O jogo foi morno, quase frio. Só não dormi por causa da esperança: ela me mantinha acordado esperando que alguma coisa melhorasse. Não melhorou nada: Brasil e Argentina fizeram um jogo que resume um pouco do que é o futebol de hoje em dia: sem qualquer criatividade. Enfim, o zero a zero premiou somente as equipes, e esse meu sono de manhã é apenas a vingança da esperança traiçoeira.
Não dá para culpar os jogadores, eles se esforçaram. Não dá para pensar qualquer coisa dos treinadores, não houve tempo de qualquer treinamento tático ou coisa parecida. O jogo entre casados e solteiros tem quase o mesmo sabor, só se difere na organização; nele o jogador entra a sai quando quer. Brasil tinha melhores peças distribuídas em campo, mas também não conseguiu formar um time. Damião, Ralf e Neymar foram os destaques; Renato Abreu não se achou em campo.
Quem pensou que o jogo seria cheio de lances incríveis apostou errado. Apenas algumas coisas interessantes, como a troca de passes dos argentinos que chutaram mais para o gol e os lances individuais de Damião e Neymar (principalmente no primeiro tempo). Ronaldo Gaúcho tenta, mas não consegue me convencer. Na verdade ele nunca me convenceu com a camisa amarela. Outra coisa importante: a ausência dos estrangeiros não foi notada.
Os jogadores que lá jogam, jogam como os de cá.
De tudo achei interessante a aposta em novos nomes, que com certeza podem fazer parte da seleção nas próximas convocações. Nome certo é de Damião, que mostrou ser um grande jogador; apesar do azar que o acompanhou durante o jogo. O primeiro gol perdido só perde quem está azarado, independente da qualidade técnica. É claro que é uma opinião metafísica, sem explicação lógica; e que o técnico Tite não me ouça falar sobre esses acasos do futebol.
Enfim, descobrimos que estamos capengas nas laterais; que nosso meio de campo ainda não tem criatividade (que o Ronaldo Gaúcho não é esse salvador da pátria); que o centroavante de agora é melhor do que todas as outras tentativas de Mano (apesar de não ter feito gols, pelo menos está em melhor fase). Descobrimos que Neymar precisa de gente que “entenda de futebol como ele”, pois não pode fazer nada sozinho. Descobrimos que temos mais nomes para destruir do que para construir. Que para Pato, Robinho e Fred temos outros nomes interessantes.
Valeu por ver essas duas seleções em campo. Valeu pelo revival. Olhar aquelas duas camisas se enfrentando é algo que emociona. Valeu pela lembrança que tivemos durante o dia, quando gols e jogos foram mostrados para que “entrássemos no clima”. Pena que o clima esfriou e o jogo foi chato. Pena que a opinião em relação a seleção brasileira continua a mesma: o estágio da renovação continua em sua primeira etapa; e não sabemos ainda o quanto irá dar certo.
2 comentários:
Já que lembrou Tite, a Seleção ainda continua com a mesma "jogabilidade" dos outros jogos e a ausência dos estrangeiros não foi sentida. Talvez falte um pouco mais de "treinabilidade" para a Seleção. Jogo feio, que só valeu pela carretilha do Damião(que joga muito mais que o Pato) e a jogada do Neymar no primeiro tempo que a bola bateu na trave. Fora isto, a Seleção continua com a mesma "previsibilidade".
Beleza!!! Encontrei 02 cabras-macho que conseguiram assistir ao jogo de ontem. Depois que eu ouvi a escalação da Argentina com uma zaga Sebá-Desábato, ñ tive dúvidas. Liguei o som e fui durmir. Acordei descansado e disposto hoje, só pra constar.
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