Olá leitores!
Definitivamente, apenas São Pedro é capaz de trazer alguma emoção para o GP da Hungria. E, como na maior parte das corridas com condições de tempo variáveis, o vencedor foi o piloto que em situações difíceis consegue manter a cabeça fria e usar os neurônios que a Mãe Natureza lhe presenteou para saber o melhor momento de parar ou não. Esse piloto, hoje em dia, atende pelo nome de Jenson Button e comemorou seu 200º GP com uma bela vitória.
Esse final de semana mostrou que a Red Bull vai ter que trazer algumas boas evoluções para o carro após o período de férias das equipes, pois a Ferrari deu uma melhorada nas últimas provas e a McLaren está bem junto deles. Ainda conseguem ser os mais rápidos em treinos, mas o ritmo de corrida – ao menos com temperaturas baixas – da McLaren está melhor. Tanto que o Vettel fez uma corrida pensando na pontuação do campeonato, ficou nitidamente preocupado com o Alonso e deixou Hamilton e Button se digladiarem entre si. O Webber até que estava fazendo uma corrida honesta, chegaria logo atrás do Vettel ou mesmo atrás do Alonso, brigando com o espanhol... mas aí achou que era hora de parar e colocar pneus intermediários, assustado com a garoa forte que deixava a pista lisa. Foi trocar os pneus e a chuva parou... enfim, não foi o único que caiu no conto da chuva que vinha.
Quem também acreditou no conto da chuva foi o Hamilton, que fez uma corrida espetacular. Boa parte do interesse da corrida se deveu ao arrojo e determinação desse que provavelmente é o mais habilidoso piloto da atualidade. Vettel e Alonso até podem ser mais completos, podem saber ser rápidos sem forçar o carro ou indicar aos engenheiros o melhor rumo para o acerto do carro... mas na hora que a coisa é resolvida “no braço”, o nome é Lewis Hamilton. O problema dele é que por vezes utiliza mais o coração que o cérebro, mas isso não é um pecado em se tratando de pilotos – meus maiores ídolos (Gilles Villeneuve, Ronnie Peterson, Nigel Mansell, para citar os mais recentes) também faziam isso. As disputas entre ele e o Button foram maravilhosas, coisas que apenas na McLaren poderiam acontecer. E o Button com certeza teve a sua vitória valorizada pelas disputas de posição envolvendo os dois companheiros de equipe. E escrever o quê do Button? Foi conservador quando precisou, arrojado quando precisou, e soube interpretar as condições do tempo e de desgaste dos pneus com maestria. Provavelmente uma de suas mais belas atuações, nota 10.
Já numa certa equipe vermelha, quem se salvou foi o Alonso, que mostrou arrojo nos momentos de pista molhada, e com os erros de estratégia do Hamilton e do Webber conseguiu terminar tranquilamente em 3º lugar. O Massa... foi o Massa. Se nem antes da molada ele gostava de andar na chuva, depois foi aquilo que se viu. Fica até chato comentar a respeito de um piloto que por tantos anos garganteou que não seria segundo piloto e, quando consegue ultrapassar o primeiro piloto, praticamente devolve a posição instantaneamente. Enfim, é o que temos para torcer, já que o automobilismo brasileiro está respirando por aparelhos e não vemos nenhum grande talento com chance de chegar na F-1 pelo menos nos próximos 5 anos. Temos alguns bons pilotos em categorias de acesso, mas que são apenas isso, bons pilotos, nada que possa encher os olhos.
No começo da corrida até que as Mercedes foram bem, com o Rosberg e o Schumacher largando bem e dando trabalho para a dupla da Ferrari, mas depois o rendimento foi caindo e o Rosberg apenas conseguiu um 9º lugar, enquanto o Schummi abandonou.
Devemos dar alguns destaques: o jovem escocês Paul di Resta terminou em 7º com a Force Índia (o que por si só já é um feito), e os dois carros da Toro Rosso pontuaram (Buemi 8º e Alguersuari 10º). O prodígio nipônico Kobayashi vinha bem até a Sauber inventar uma daquelas estratégias loucas de fazer paradas de troca de pneus a menos, e aí a vaca dele foi para o brejo – que, devido às condições climáticas, devia ser bem perto da pista. Barrichello também caiu no conto da chuva na segunda metade da corrida e terminou apenas em 13º.
Agora teremos as férias de verão da F-1, onde os mecânicos conseguirão ir para suas casas visitar suas famílias antes de mais um período de ausência até o fim do campeonato. A próxima corrida é dia 28/08 no belíssimo e histórico circuito de Spa-Francorchamps, encravado no meio da floresta das Ardenas, caminho preferido dos alemães para invadir a França nas duas guerras mundiais do século passado.
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
2 comentários:
Esperávamos mais do Massa principalmente largando em terceiro. Mas já foi ultrapassado logo na largada, e não fez uma boa corrida. E pensar que ele quase foi campeão heim...
É verdade, o Massa é um bom piloto, mas, apenas isso. Parece ser um bom sujeito e, por isso, acredito que ainda terá mais alguns anos de carreira, mas, não dá pra esperar título dele.
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