domingo, 26 de junho de 2011

A saga do Tri*** (1ª parte).





Enfim o Tri. Sim, ele veio depois de 48 anos. Mais que um Tricampeonato, o Santos volta a figurar no cenário internacional como o melhor time do continente.


Apesar de ter entrado como favorito para a conquista, o Peixe passou por maus bocados na primeira fase. Trocou de técnico, foi quase eliminado e polêmicas envolvendo um patrocinador. O Santos não podia nem pensar em empatar no penúltimo jogo da primeira fase contra o Cerro Porteño, no Paraguai. Neymar havia sido expulso no jogo anterior com a brincadeira da máscara, e Elano também foi expulso quando já havia deixado a partida. O Peixe precisava urgentemente de um comandante, pois poderíamos ficar pelo caminho em meio à estas turbulências.


Foi então que Muricy Ramalho estréia no comando santista numa gelada, precisando vencer o Cerro Porteño no Paraguai sem Neymar e Elano. E o Santos vence com um belo gol de Danilo, e outro de Maikon Leite. Bastava agora, uma vitória em casa contra o Deportivo Táchira, para que o time não dependesse de outros resultados do grupo. Vitória de 3x1: gols de Neymar, Jonathan, e Danilo. Agora, o Santos entrara novamente na Libertadores para buscar o título.


Veio então a fase de ficar com o coração na boca, o famoso do "mata-mata". Placares espremidos, apertados, contra o América-MEX (1x0,0xo); Once Caldas (0x1, 1x1); e novamente o Cerro Porteño (1x0, 3x3). Vencedores das batalhas, Santos x Peñarol reeditariam a final de 1962.


Não sei se isto vale para todos os Alvinegros Praianos, mas para a pessoa que vos escreve foi uma final dos sonhos. Qual outro clássico sulamericano tem a história de Santos x Peñarol? (Digo entre times de dois países). Vinte confrontos até então, e os dois maiores times do planeta dos anos 60. Quando criança, já ouvia falar das façanhas do time carbonero. O Peñarol bateria a Academia Palestrina em 1961, o Santos de Pelé em 1965, e o Flamengo de Zico em 1982. Só isto.


Mesmo sabendo que o Santos era tecnicamente superior, a camisa do clube aurinegro impunha e impõe muito respeito. E ela estava lá, limpa, sem patrocínio, tal como era na fase romântica do futebol, para provocar mais temor, talvez. Para mim, um dos mais belos uniformes do futebol mundial.


Primeiro jogo, no lendário estádio Centenário, um 0x0 nervoso e equilibrado. Chances e erros em ambos os lados. O Peixe conseguira sobreviver ao caldeirão e ao jogo aéreo uruguaio e levar a decisão para o Pacaembu. Aqui, um primeiro tempo nervoso, truncado, muitos passes errados. O Peñarol então, esperaria o segundo tempo para tentar dar o bote e desequilibrar de vez o time santista, consoante fizera com seus adversários na fase eliminatória.


Mas para a felicidade geral da nação alvinegra, não foi isto que aconteceu. Paulo Henrique Ganso depois de 45 dias parado, voltara a brilhar, com seu passe de calcanhar que resultaria no primeiro gol. Arouca voltou a jogar bem depois de um primeiro tempo ruim errando muitos passes. Neymar faria novamente a diferença com um gol milimétrico logo no primeiro minuto, recebendo passe de Arouca, que recebera o passe de calcanhar de Ganso. Danilo, como se fosse um Carlos Alberto Torres, fez bela jogada pela direita, se livrou de dois marcadores, e acertou um belo chute no canto direito do goleiro Sosa aos 23'. Aos 34' Durval tentando desviar um cruzamento de Estoyanoff acabou fazendo contra e jogo voltaria a ficar tenso, mesmo com as chances santistas criadas, com Paulo Henrique e Zé Eduardo não conseguindo chegar a tempo para cabeçear, e Neymar com uma bola na trave aos 43' e o mesmo Zé Eduardo desperdiçando o rebote.


Final de jogo, e a final e título dos sonhos. O Santos está novamente no topo da América. A foto acima, já histórica, irá se juntar com a dos campeões de 1962 e 1963. Uma conquista histórica, inesquecível, incontestável, e que coroa esta geração brilhante dos Meninos da Vila tendo Paulo Henrique Ganso e Neymar como maiores expoentes. Mas sem os demais, ela também não seria possível.


Parabéns a todos pela conquista!



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Ficha Técnica: Santos 2 x 1 Peñarol.


Local: Estádio Municipal do Pacaembu, São Paulo.

Data: 22 de junho de 2011, quarta-feira.

Horário: 21h50 (Brasília)

Árbitro: Sergio Pezzota (Argentina)

Assistentes: Ricardo Casas e Hernán Maidana (Argentina)

Cartões amarelos: Neymar e Zé Eduardo (Santos); Alejandro González, Corujo e Freitas (Peñarol).

Gols: Segundo Tempo: Neymar 1', Danilo 23', Durval 34' (contra);


Santos: Rafael, Danilo, Edu Dracena, Durval, Léo (Alex Sandro); Adriano, Arouca, Elano, Paulo Henrique Ganso (Pará), Neymar e Zé Eduardo. Téc: Muricy Ramalho.


Peñarol: Sosa, Alejandro González (Estoyanoff), Carlos Valdez, Guilhermo Rodríguez e Darío Rodriguez; Corujo, Aguiar, Freitas e Mier (Urretaviscaya), Martinuccio e Oliveira. Téc: Diego Aguirre.



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Um comentário:

Alexandre Absy disse...

Santos está de parabéns pela conquista e pelo belo torneio que fez. Tomara consiga manter a base do time, e continue fazendo grandes jogos.