Após quase dois séculos de projetos, propostas e alguns devaneios, o Brasil finalmente muda a capital federal para o interior do país. A nova cidade, Brasília, voltava os olhos para o nosso interior, afastando o centro do poder de um litoral que, quase sempre, sonhava com o além mar.
A nova capital trazia consigo a esperança do sertanejo, dos desbravadores desse país, em um ano que já começava inovador na principal festa nacional; o Carnaval. Sob a batuta de Fernando Pamplona, os Acadêmicos do Salgueiro ganhavam o concurso de escolas de samba do Rio de Janeiro, com um inédito enredo sobre Zumbi dos Palmares, um personagem até então não-oficial da história brasileira.
O título da agremiação carnavalesca veio a calhar no ano de 1960, quando pela segunda vez a CBD organizava a Taça Brasil, torneio que serviria como classificatório para a Taça Libertadores da América. Mais uma vez a festa da bola foi reservada apenas aos campeões estaduais. Participaram do torneio: ABC (RN), Bahia (BA), Capelense (AL), Coritiba (PR), Cruzeiro (MG), Estrela do Mar (PB), Fluminense (GB), Fonseca (RJ), Fortalez (CE), Grêmio (RS), Moto Clube (MA), Palmeiras (SP), Paula Ramos (SC), Paysandu (PA), Rio Branco (ES), Santa Cruz (SE), Santa Cruz (PE).
O torneio foi dividido em três fases, todas em sistema eliminatório. Na primeira fase, os clubes foram divididos em quatro grupos, Grupo Nordeste, Grupo Norte, Grupo Leste e Grupo Sul. Na segunda fase, os vencedores dos grupos Nordeste e Norte disputaram o título de campeão da Zona Norte e os dos grupos Leste e Sul o da Zona Sul. A fase final foi disputada entre os campeões das Zonas Sul e Norte e os representantes dos estados de São Paulo e Pernambuco, inscritos diretamente nesta fase, pois, as seleções dos 02 Estados foram finalistas do prestigiado Campeonato Brasileiro de Seleções de 1959. Pelo visto, a exemplo do que aconteceu em 1959, era muito difícil elaborar um torneio que oferecesse chances iguais para todos os participantes. A receita do “quanto mais complicado melhor” já era uma mania nacional.
O embate ente cariocas (Fluminense) e paulistas (Palmeiras) finalmente ocorreu na fase semifinal. No primeiro jogo, no Pacaembu, empate sem gols. No segundo jogo, para uma platéia de 50.000 pessoas, no Maracanã, o Palmeiras assegurou vaga na grande final com uma vitória magra sobre o Tricolor carioca, com um gol de Humberto, no finalzinho do jogo. Na outra semifinal o Fortaleza, que já tinha batido os atuais campeões (Bahia) e os pernambucanos do Santa Cruz, carimbaram o passaporte para as finais.
Num ano cheio de surpresas, em que a Marylin Monroe era reconhecida como grande atriz pelo estrondoso sucesso “Quanto mais quente melhor” e um playboy engajado ganhava as eleições presidenciais nos Estados Unidos (John F. Kennedy), alguém poderia esperar uma surpresa cearense diante do timaço do Palmeiras. Mais não foi isso que aconteceu. Pelo contrário, o Fortaleza não deu nem pro cheiro. No primeiro jogo, em Fortaleza, o Palmeiras não teve dificuldades para se impor pelo placar de 3 a 1.
No jogo final, então, a vitória do alviverde foi ainda mais acachapante 8 a 2, no Pacaembú. Sem dó nem piedade. Mas, esperar o quê de um time que tinha em suas fileiras jogadores do calibre de Valdir de Morais, Djalma Santos e Julinho Botellho? Um passeio, um desfile do que havia de mais nobre dentre o mais nobre dos esportes. Uma coleção de craques que mereceu a feliz denominação de Academia. Isso mesmo, com letras maiúsculas, assim como o futebol apresentado. O primeiro título nacional de uma série hegemônica no futebol brasileiro.
Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer, Fernando Pamplona, Valdir de Morais, Djalma Santos, Valdemar Carabina, Aldemar, Jorge, Zequinha, Chinesinho, Julinho Botelho, Romeiro, Humberto, Cruz. Aos acadêmicos de 1960, com as nossas homenagens.
A nova capital trazia consigo a esperança do sertanejo, dos desbravadores desse país, em um ano que já começava inovador na principal festa nacional; o Carnaval. Sob a batuta de Fernando Pamplona, os Acadêmicos do Salgueiro ganhavam o concurso de escolas de samba do Rio de Janeiro, com um inédito enredo sobre Zumbi dos Palmares, um personagem até então não-oficial da história brasileira.
O título da agremiação carnavalesca veio a calhar no ano de 1960, quando pela segunda vez a CBD organizava a Taça Brasil, torneio que serviria como classificatório para a Taça Libertadores da América. Mais uma vez a festa da bola foi reservada apenas aos campeões estaduais. Participaram do torneio: ABC (RN), Bahia (BA), Capelense (AL), Coritiba (PR), Cruzeiro (MG), Estrela do Mar (PB), Fluminense (GB), Fonseca (RJ), Fortalez (CE), Grêmio (RS), Moto Clube (MA), Palmeiras (SP), Paula Ramos (SC), Paysandu (PA), Rio Branco (ES), Santa Cruz (SE), Santa Cruz (PE).
O torneio foi dividido em três fases, todas em sistema eliminatório. Na primeira fase, os clubes foram divididos em quatro grupos, Grupo Nordeste, Grupo Norte, Grupo Leste e Grupo Sul. Na segunda fase, os vencedores dos grupos Nordeste e Norte disputaram o título de campeão da Zona Norte e os dos grupos Leste e Sul o da Zona Sul. A fase final foi disputada entre os campeões das Zonas Sul e Norte e os representantes dos estados de São Paulo e Pernambuco, inscritos diretamente nesta fase, pois, as seleções dos 02 Estados foram finalistas do prestigiado Campeonato Brasileiro de Seleções de 1959. Pelo visto, a exemplo do que aconteceu em 1959, era muito difícil elaborar um torneio que oferecesse chances iguais para todos os participantes. A receita do “quanto mais complicado melhor” já era uma mania nacional.
O embate ente cariocas (Fluminense) e paulistas (Palmeiras) finalmente ocorreu na fase semifinal. No primeiro jogo, no Pacaembu, empate sem gols. No segundo jogo, para uma platéia de 50.000 pessoas, no Maracanã, o Palmeiras assegurou vaga na grande final com uma vitória magra sobre o Tricolor carioca, com um gol de Humberto, no finalzinho do jogo. Na outra semifinal o Fortaleza, que já tinha batido os atuais campeões (Bahia) e os pernambucanos do Santa Cruz, carimbaram o passaporte para as finais.
Num ano cheio de surpresas, em que a Marylin Monroe era reconhecida como grande atriz pelo estrondoso sucesso “Quanto mais quente melhor” e um playboy engajado ganhava as eleições presidenciais nos Estados Unidos (John F. Kennedy), alguém poderia esperar uma surpresa cearense diante do timaço do Palmeiras. Mais não foi isso que aconteceu. Pelo contrário, o Fortaleza não deu nem pro cheiro. No primeiro jogo, em Fortaleza, o Palmeiras não teve dificuldades para se impor pelo placar de 3 a 1.
No jogo final, então, a vitória do alviverde foi ainda mais acachapante 8 a 2, no Pacaembú. Sem dó nem piedade. Mas, esperar o quê de um time que tinha em suas fileiras jogadores do calibre de Valdir de Morais, Djalma Santos e Julinho Botellho? Um passeio, um desfile do que havia de mais nobre dentre o mais nobre dos esportes. Uma coleção de craques que mereceu a feliz denominação de Academia. Isso mesmo, com letras maiúsculas, assim como o futebol apresentado. O primeiro título nacional de uma série hegemônica no futebol brasileiro.
Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer, Fernando Pamplona, Valdir de Morais, Djalma Santos, Valdemar Carabina, Aldemar, Jorge, Zequinha, Chinesinho, Julinho Botelho, Romeiro, Humberto, Cruz. Aos acadêmicos de 1960, com as nossas homenagens.
3 comentários:
Legal Geléia, esta inovação que você troxe ao Patativa, de relacionar fatos políticos e o contexto histórico com o futebol.
Até carnaval teve, hein?
Em uma palavra: ÓTIMO!!!!!
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