segunda-feira, 23 de maio de 2011

Um recorde ainda não batido.




Santos e Cerro Porteño se enfrentarão na próxima quarta-feira no Pacaembu pela semi-final da Taça Libertadores da América. O Santos já possui duas conquistas, e o Cerro, ainda busca seu primeiro título. Para os santistas mais supersticiosos, isso pode ser um bom sinal. Em 1962 na sua primeira conquista, o Peixe também enfrentou o Cerro embora tivesse sido na fase de grupos. No jogo de ida em Assunción, um magro 1x1 com um gol do ponteiro-direito Dorval. Mas foi no jogo de volta na Vila que se deu o maior massacre já ocorrido na Taça Libertadores até agora: 9x1 para os santistas.


O segundo jogo pareceria que seria uma reprise no primeiro, apesar de Pepe ter aberto o placar aos sete minutos de jogo, numa cobrança de falta: O goleiro Pérez não quis formar barreira, talvez não conhecendo o "canhão" de Pepe. Nem viu onde a bola entrou. Aos 20' Insfrán empatou para os paraguaios. O jogo parecia que ia endurecer novamente e aos 32' da primeira etapa, o técnico Lula sacou Pagão para colocar Pelé que estava sendo poupado, com dores no joelho. Aos 35', Coutinho colocou os santistas novamente na frente e a primeira etapa se encerrou com 2x1.


Mas foi no segundo tempo que o Santos deslanchou. Como relembra Pepe: "No segundo tempo, nós embalamos. Éramos muito entrosados e as jogadas saíam fáceis. Foi um desses jogos inesquecíveis. Não havia como o Cerro nos segurar". E o resultado, foi a maior goleada da história da Libertadores, com os 9x1.


Depois da fase de grupos, em que o Santos enfrentara o Cerro Porteño e o Deportivo Municipal, time boliviano, o Alvinegro enfrentou o Universidad Católica pelas semifinais com placares bastante apertados: 1x1 no jogo de ida, com gol de Lima para os santistas, e 1x0 no jogo de volta, gol de Zito. Na final, o Santos enfrentou o Peñarol que já entrara nas semifinais contra o arquirrival Nacional, por ter sido o último campeão. E as finais ocorreram em três jogos, sendo o último jogo de desempate pois não havia cobranças de penalidades na época. O Santos venceu o primeiro jogo em Montevidéu por 2x1, mas deixou o título escapar em plena Vila Belmiro perdendo para os uruguaios por 3x2. O local escolhido para o terceiro jogo foi na Argentina, no Monumental de Nuñes, e o jogo acabou 3x0 para o Santos com o Rei acertando um balaço de fora da área no ângulo esquerdo do goleiro uruguaio em um dos gols, e o Peixe conquistara seu primeiro título.



Obs: Vou aproveitar o ensejo para uma "nota de esclarecimento". Vejo por aí torcedores da minha e também da mais nova geração desmerecendo os dois títulos que o Santos conquistou na Libertadores, e um dos argumentos é que se jogava "menos partidas" que hoje. Primeiro, acho que existe um diferencial entre "qualidade" e "quantidade" e o inchaço da Libertadores está aí para comprovar. Em segundo, para os desinformados, o Santos teve que jogar nove partidas para levantar seu primeiro caneco (mais que se joga numa Copa do Mundo), e não apenas quatro partidas como muitos dizem. O Santos jogou quatro partidas no ano seguinte é verdade, mas foi um direito adquirido por ter sido campeão no ano anterior, o que também ocorreu com o Peñarol como já citei, e assim foi com muitos outros times, durante muitos anos. Em 1963 o Santos enfrentou na semifinal nada menos que o Botafogo, base da Seleção campeã das Copas de 1958 e 1962. E para quem acha que isso é pouco, desculpem, mas deve estar torcendo para o esporte errado.



Ficha Técnica: Santos 9x1 Cerro Porteño.


Local: Vila Belmiro

Data: 28/02/1962

Árbitro: José L. Prauddade (ARG)


Santos: Laércio, Lima, Getúlio, Olavo, Calvet e Zito; Dorval, Mengávio, Pagão (Pelé), Coutinho e Pepe. Técnico: Luiz Afonso Peres ("Lula")

Cerro Porteño: Pérez, Cantero, Idalino Monges, Breglia, Monnin; Martinez, Pavón, Insfrán, Saguier, Pablo Rojas e Joel Cabreta. Técnico: Vessillio Bártoli.


Gols: (Primeiro Tempo): Pepe 7', Insfrán 20', Coutinho 35';(Segundo Tempo): Coutinho 9' e 15', Pelé 21' e 44', Dorval 24', Zito 35', Pepe 41' .


Foto: Pelé, Pagão e Pepe.


Fonte: globoesporte.com/times/santos





Um comentário:

Bianchini disse...

Não foi batido e, com o futebol retranqueiro da atualidade, não creio que vejamos nada parecido daquí para frente.
Belo trabalho de pesquisa!