domingo, 29 de maio de 2011

Pé no fundo em Mônaco

Olá leitores!

Antes de comentar sobre o GP de Mônaco, um pequeno parêntese: Que final fantástico das 500 milhas de Indianapolis!!! As grandes equipes ficaram para trás (a toda poderosa Penske, maior vencedora da prova com 15 vitórias, ficou 1 volta atrás dos líderes, a Ganassi se atrapalhou com suas estratégias diferenciadas para os dois pilotos), estava quase tudo certo para o jovem JR Hildebrand ser o vencedor da prova dos 100 anos do autódromo... aí ele bate sozinho, fazendo uma ultrapassagem desnecessária sobre um retardatário, na última curva! No embalo, com tração em apenas uma das rodas traseiras e arrastando-se pelo muro, ainda cruza a linha de chegada em 2º lugar com o carro semi destruído. A vitória ficou com o inglês Dan Wheldon, que venceu em 2005 e esse ano, sem patrocínio para fazer a temporada toda, resolveu correr apenas essa prova pela pequena equipe do amigo e ex companheiro de equipe Bryan Herta. Épico. O melhor brasileiro foi o Tony Kanaan, da pequena KV Lotus Racing.

Agora sim, vamos falar de F-1. Após a série de acidentes nos treinos (que culminou com a ida do Pérez para o hospital após uma senhora pancada na chicane do porto – aquela mesma que quase inutilizou o Wendlinger em 1994), esperava-se que os pilotos fossem mais cautelosos. Engano! O pessoal resolveu testar se com as facilidades para a ultrapassagem criadas esse ano (asa móvel, KERS, pneus que acabam logo) seria possível ultrapassar nas estreitas ruas de Monte Carlo. Até foi, mas alguns abusaram um pouco. Caso do Hamilton, que forçou a barra para cima do Massa na Lowes – a curva mais lenta da F-1, feita a cerca de 50 km/h – e depois jogou o Maldonado na barreira de pneus na Sainte Dévote. É aquela história, não acho que seja caso de punir o piloto que tenta ultrapassar, mas creio que mesmo no automobilismo norte americano (que é mais permissivo com o contato entre carros) ele levaria uma punição, pelo menos por causa da manobra na Lowes. Ali para ultrapassar tem de estar totalmente emparelhado do lado de dentro da curva, e o Hamilton estava meio carro atrás na hora da tomada. Ele reclamou após a prova, insinuou racismo por parte dos comissários, mas não creio que ele tenha razão em suas reclamações. Aliás, se acho que ele mereceria uma punição mais severa, é por causa de seu destempero verbal ao final da corrida.

Se olharmos apenas o resultado final da corrida – com mais uma vitória do Vettel – poderemos pensar que foi uma prova chata. Longe disso! Vettel ganhou sim, mas teve muito trabalho para manter a liderança. Seu companheiro Webber não largou bem e perdeu muito tempo lutando com carros menos velozes, o que explica o 4º lugar dele. Especificamente no caso do Vettel, convenhamos que é difícil querer que o melhor piloto da atualidade, guiando o melhor carro, não ganhe... Mal comparando, é quase a situação do campeonato de 1988, onde das 16 corridas a McLaren ganhou 15 – só não venceu todas pois o Senna se afobou no GP da Itália e quis passar um retardatário na primeira chicane de Monza, sendo que passaria folgadamente no trecho de reta seguinte. A diferença é que o Webber não tem capacidade de oferecer resistência como o Prost fez com o Senna naquela temporada.

A Ferrari conseguiu a duras penas um 2º lugar com o Alonso numa pista em que as deficiências aerodinâmicas do carro não interferem como nas pistas mais velozes. Não se enganem, foi um 2º lugar do Alonso, não do carro. O Massa vinha fazendo o que podia até que foi alvejado a meia nau pelo Hamilton e depois – tendo deixado o lado interno da pista desprotegido dentro do túnel – acabou indo para o lado sujo da pista, perdeu a aderência e bateu no guard-rail. O Massa que tome cuidado que tem um monte de gente de olho nessa vaga dele na Ferrari.

Na McLaren o Button fez uma corrida “padrão”, sem grandes criatividades na estratégia e contando com a boa qualidade do chassi para chegar em 3º lugar. Hamilton foi o homem show, mas forçou um pouco a barra no arrojo, tendo tomado um drive-through por causa da disputa com o Massa e uma punição de 20 segundos por ter ejetado o Maldonado em direção aos pneus de proteção.

A Mercedes continua treinando bem e correndo mal. Schumacher correu mal até abandonar e o Rosberg terminou a corrida 1 volta atrás dos líderes. Fraco.

A Sauber só largou com o Kobayashi, que até fez uma boa prova, mas o 5º lugar foi mais fruto do talento do Koba que mérito do carro.

A Renault só apareceu na corrida quando era ultrapassada por alguém ou no final quando o Petrov se envolveu num acidente que provocou a interrupção da prova para o resgate dele de dentro do carro e limpeza de detritos. Nem a pizza da FIA permitindo que a equipe usasse o nome Lotus Renault – enquanto a outra Lotus tem de usar o nome Team Lotus – animou a equipe para um resultado decente. Terminou a corrida em 8º com o Heidfeld.

E a classe operária foi ao Paraíso! Finalmente a Williams marcou pontos esse ano! Era para ser um 6º lugar com o Maldonado, mas acabou sendo um 9º com o Rubinho. Ao menos saíram do zero.

Ainda nos pontos, teve o Sutil em 7º com a Force India e o Buemi com Toro Rosso em 10º.

Próxima corrida, daqui a 2 semanas (pleno 12/06, Dia dos Namorados) no ótimo Circuit Gilles Villeneuve, na Ilha de Notre Dame em Québec no Canadá. Corrida à tarde, para variar um pouco.
Até a próxima!

Alexandre Bianchini

4 comentários:

Mario disse...

Também vi o final das 500 milhas, até que o pobre do Hildebrand entrou para a história como nenhum outro piloto gostaria: bater na última curva, a 300 metros da linha de chegada. Desculpem o termo, mas se o carro não teve problema ou algo na pista que prejudicasse a aderência dos pneus e desviar o carro da rota, foi uma tremenda cagada do piloto. Disseram que ele estava olhando a bandeira quadriculada e se esqueceu da curva. Só mesmo Hildebrand para explicar...

Mario disse...

Não sou especialista em automobilismo quanto menos em F-1, mas não era a hora para o Massa bater, da maneira como foi. Acho que o brasileiro perde muitos pontos numa equipe como a Ferrari. A não ser que ele se recupere daqui pra frente.

Alexandre Absy disse...

Nunca achei o Massa um piloto com qualquer diferencial. Ele é apenas mais um bom piloto, que com um carro razoável, não vai conseguir grandes coisas.

Bianchini disse...

E como a criatividade do ser humano é infindável, já tem no You Tube a sátira do Hitler comentando a derrota do Hildebrand...
Quanto ao Massa, é complicada a situação... boa parte dos problemas dele atende pelo nome de Fernando Alonso. Apesar de ter parâmetros morais questionáveis, ele é um dos melhores pilotos da atualidade, e como o Schumacher dos bons tempos ele sabe agregar a equipe em torno dele, sem contar que ele foi para a equipe junto ao patrocinador principal (Santander). Para se opor a isso tudo, o Massa é um bom piloto assim como o Berger era um bom piloto, o Patrese era um bom piloto, o Button é um bom piloto... Bom, mas não um fora de série. Hoje temos 3 fora de série: Vettel, Alonso e Hamilton. Teríamos 4 se o Kubica não tivesse se acidentado.
Se eu fosse o Massa, estaria procurando vaga em outra equipe, quiçá em outra categoria.