E depois de tantos jogos, chegamos ao óbvio. Parece novela, mas não é. O campeonato curto, mas chato; que se arrastou nesse primeiro semestre chega ao seu final com aquilo que todos esperavam: os quatro grandes entre os quatro classificados. E até o apito final houve uma grande expectativa de que alguma coisa fosse alterada, afinal de contas, todos os times tiveram uma ligeira dificuldade para obterem a classificação. Mas podemos dizer que foi honrosa a participação dos pequenos Mirassol e Oeste; assim como os tradicionais Portuguesa e Ponte Preta.
Santos e São Paulo tiveram maiores dificuldades por causa de seus adversários. Ponte Preta por pouco não leva o jogo para os pênaltis e a Portuguesa encurralando o São Paulo até que leva o segundo gol num contra-ataque. Naquela altura do campeonato, tudo poderia acontecer. Já nos jogos da outra semi-final, Palmeiras e Corinthians quase perderem para si mesmos. Palmeiras perdendo gols e dando “sopa para o azar”; e o Corinthians um time “estranho” querendo reviver o pesadelo do centenário: eliminação medíocre.
Porque eu digo que o Corinthians é estranho? Bom. Ele parece estar arrumado taticamente; mas, às vezes, fica meio perdido em campo. Talvez carregue consigo a verborragia filosófica do seu treinador. A característica desse time é que, mesmo com números confiáveis, não mostra exatamente o que quer. Assim como as entrevistas do seu treinador, que estão além da compreensão do público geral. Ponto forte é ser um conjunto há muito tempo, ponto fraco é que esse conjunto não funcionar de forma regular.
Palmeiras também se ajeitou. Será impossível rever desclassificações que aconteceram no passado, como, por exemplo, contra o Goiás. No entanto, Palmeiras não teve uma grande prova, como terá contra o arqui-rival no paulista e contra a sensação brasileira na Copa do Brasil. Todos sabem como o Palmeiras está mais seguro, só não sabemos o quanto essa segurança é forte para grandes decisões. O ponto forte é a presença da defesa, coloco nesse bolo o Márcio Araújo; e o ponto fraco, apesar do Kleber, é o ataque. Perder gols pode ser perigoso em jogos decisivos contra times mais fortes.
Santos que significa criatividade. Passou pelo jogo mais difícil dos quatro grandes. Jogou como deve jogar, com Neymar sendo mais jogador do que artista. Jogando com seriedade, o Santos é um dos mais fortes da competição. Mas, sempre há pontos fracos; e o Rogério Ceni não quis nos revelar qual é. Assim, supomos que a “molecagem em hora errada” pode ser o tiro na culatra da criatividade santista. Existe também a questão física, já que o Santos é quem mais sofre com os jogos da Liberdadores.
E por último o meu favorito até aqui para o título. São Paulo não é um time brilhante como o Santos, nem marcador como o Palmeiras; nem explosivo como o Corinthians; mas acumula um pouco dessas qualidades num conjunto que eu considero regular. Tem alguns nomes importantes, como Lucas, por exemplo. Mas também tem seus pontos fracos. Acho que a marcação é lenta e as mudanças táticas são apostas que podem ajudar ou atrapalhar o time. Também sofre com competições paralelas, apesar em situação mais favorável do que o Palmeiras, que enfrentará o Coritiba na Copa do Brasil.
Assim, os dois jogos são de loteria: pode acontecer qualquer coisa. Palmeiras e Corinthians e Santos e São Paulo são penalidade. Dizer qualquer palpite foge da questão tática, técnica e de conhecimento sobre futebol. É claro que o contexto ajudará a estabelecer os favoritos. Jogos difíceis por outras competições, contusões; casa cheia; fase individual. São Paulo tem jogadores em melhor fase; Palmeiras precisa mais do título. Palmeiras e São Paulo numa final seriam uma bela aposta.
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2 comentários:
Pelo momento, também acho o São Paulo favorito ao título se passar pelo Santos, mas tudo pode acontecer nestas semi-finais.
Só não gostei de terem marcado o jogo de Palmeiras X Corinthians para o Pacaembú. Explico: além do clássico de maior rivalidade entre torcidas, teremos as comemorações do 1º de Maio e a prova de F-Indy na mesma cidade. Como fazer para dar policiamento adequado para tudo isso? Pessoalmente, considerei uma temeridade. Espero que nada de ruim aconteça, mas não apostaria nisso.
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