Começa o Campeonato Paulista

Começa o campeonato paulista. Depois do tédio da primeira fase, que leva do nada à lugar nenhum, teremos o mata dos grandes contra os quatro melhores colocados times menores. Entre eles dois clubes de tradição: Portuguesa e Ponte Preta. Os outros dois são: Oeste e Mirassol. Corinthians e Palmeiras têm uma vantagem teórica pegando os dois novatos, enquanto São Paulo enfrenta o “clássico” contra a Portuguesa e o Santos pegando a tradicionalíssima Ponte Preta. De todos eles, acho que o Santos tem o jogo mais complicado.

Não quero fazer análise e prognóstico do que pode acontecer daqui para frente. Talvez se usássemos os percentuais (tão queridos de nossos matemáticos), diria que Corinthians e Palmeiras têm 80% de chance de passarem para a próxima fase. São Paulo com 75% e Santos com 70%. Como cheguei aos números? Palpite. E palpite é coisa ilógica. Mas é certo que teremos um empolgante campeonato daqui para frente. Na melhor das hipóteses, teremos um Palmeiras e Corinthians e um São Paulo e Santos.

Sou chato, admito. E sendo muito chato vou retomar o assunto novamente: deveríamos lutar contra essa perda de tempo que é a primeira fase. Tantos jogos, tardes ensolaradas de domingo sem a menor utilidade. Jogos cansativos, chatos e muitas vezes tão empolgantes que os próprios jogadores entram como se estivessem de férias. Se “pessoas” querem vender o melhor campeonato paulista como o melhor campeonato regional do planeta (ainda que existam poucos campeonatos regionais), seria interessante que repensasse a fórmula, a política e o comércio que fazem dele.

Eu achava o campeonato paulista “romântico”. Aquela coisa de jogos de domingo de manhã, de jogos com casa lotada no interior, com as figuras doces e simpáticas dos “caipiras” e tudo que envolvia uma partida de futebol. A rivalidade de noventa e poucos minutos sendo visto pela televisão. Que colocassem o Hino Nacional, mas que dessem oportunidade de apresentações folclóricas da região, em dez, cinco minutos. Fazer não só os campos de futebol se tornem multimídia, mas como o próprio futebol. Torcedores agradecem.

Ao invés disso, temos jogos de clubes empresas; com casa completamente vazias. Política falando sempre mais alto. Talvez o que eu considere amadorismo seja profissionalismo. Talvez tudo esteja rendendo dinheiro, retorno de investimento e todas essas coisas que só os diretores financeiros sabem responder. Porque se pensarmos como futebol, ninguém consegue explicar tanta mesmice num campeonato que poderia ser cheio de emoção. Mas, enfim, assiste quem quer; torce e chora quem pode.

Eu acompanharei de agora em diante. Até assisti alguns jogos dessa primeira fase, mas tirando os clássicos; nenhum deles eu assisti por completo. Com certeza afazeres mais interessantes e questões mais importantes me tiraram da frente da televisão. Em nenhum momento houve aquele ritual tão típico de torcedor de sofá universal: pegar o melhor lugar da sala, esticar as canelas e beber algumas cervejas geladas. Até fiz isso, mas não foi por causa do futebol. Um dia o programa do Ronnie Von estava mais interessante, em outro preferi as longas pernas de Ana Hickimann. Recusei-me a mudar de canal para assistir Harry Potter porque isso seria muito humilhante para nosso esporte tão querido.

Portanto, agora sim conseguimos um programa interessante: os jogos serão disputados, alguns deles com a cara de clássico. Podemos ter jogos medíocres, pois esse risco corre todo o futebol do mundo (Tirando é claro qualquer jogo que envolva o Barcelona). Mas mesmo com a possibilidade de jogos ruins, eles valerão alguma coisa; portanto não desperdiçarei tanto o meu precioso tempo.

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