Muito tenho ouvido sobre a fórmula ideal de disputa do campeonato brasileiro. Tanto o modelo atual, quanto o modelo antigo abarcam defensores e críticos na mesma proporção, principalmente nesse ano, quando foi instalado um clima de entreguismo na reta final do campeonato. Criticar os defeitos do modelo A ou B é fácil. O difícil é pensar no modelo ideal que seja capaz de motivar o público, gerar receitas aos clubes, por oito meses e, ainda, ser justo. Ninguém perguntou a minha opinião, mas, resolvi arquitetar um modelo de campeonato que poderia atender essas finalidades. Acompanhem o raciocínio.
(...)
Partimos do princípio que dividir os clubes em séries A, B e C é procedimento discriminatório e que não combina com o momento de redução das desigualdades pretendido pelo nosso país. Então, teremos 60 clubes que jogarão uma partida eliminatória com um adversário definido por sorteio (solene, claro). Serão 30 jogos em 10 sedes previamente escolhidas (olha aí, a oportunidade de utilização dos estádios da Copa do Mundo). Teremos, portanto, 30 vencedores e 30 vencidos. Os vencedores serão alocados para 03 grupos de 10 clubes cada um, que formarão a Conferência Nacional (vamos copiar a NBA, também). Os 30 vencidos serão alocados em outros 3 grupos de 10 clubes que formarão a Conferência Brasileira.
Começa a ganhar cara de campeonato, não?
Todas as equipes jogarão dentro de seu grupo em turno e returno. Na Conferência Nacional estarão classificados os 04 clubes de melhor índice técnico e os 04 de melhor média de público (a torcida agora ganha jogo), que formarão o grupo verde e jogarão em turno e returno. Na Conferência Brasileira também estarão classificados os 04 clubes de melhor índice técnico e os 04 de melhor média de público, formando o grupo amarelo. O grupo verde jogará em turno e returno e o grupo amarelo também.
Note-se que na Conferência Nacional restarão 22 clubes. O que faremos com eles? Bom, eu sugiro que os 06 de menor média de público sejam eliminados da disputa do título. Se não geraram receita até agora é melhor fecharem as portas mesmo. Na Conferência Brasileira, adotaremos o mesmo procedimento. Então, os 16 clubes que restaram na Conferência Nacional e os 16 da Conferência Brasileira, jogarão em eliminatórias ida e volta para restar somente 8 clubes, que formarão o grupo azul. Os times da Nacional só jogam agora com os da Brasileira em turno e returno.
E os clubes eliminados?
Nesse modelo, ninguém realmente será eliminado de nada. Vamos copiar a Champions League. Quem era eliminado da primeira fase não era na verdade eliminado, pois, podia jogar a Copa da Uefa no mesmo ano. Por que não seguir esse exemplo? Quem for eliminado de qualquer grupo em qualquer fase, poderá formar novos grupos com outros times eliminados. Você perceberá que um desses times pode chegar ao título.
E a Libertadores?
As 02 equipes com melhor índice técnico do grupo verde e a melhor do grupo azul estarão garantidas na próxima Libertadores.
E quem fica com o título?
Simples, meu caro, uma disputa final em 02 jogos com o time de melhor índice técnico, independente do grupo, conferência, o diabo contra o de melhor média de público.
Eu acredito que esse regulamento atende a todos os interesses dos clubes, do público e da imprensa. Em oito meses de futebol conseguimos juntar o mata-mata, os pontos corridos, tudo. É justo, premia os clubes com maior torcida e não traumatiza o torcedor, visto que o seu clube do coração não corre o risco de ser rebaixado. Pretendo encaminhar esse texto para a CBF. O que vocês acham?
5 comentários:
Acho que você anda usando demais o excel...
Prefiro uma fórmula mais simplificada; mantenha-se os pontos corridos, mas o campeão do primeiro turno e o vice, poderiam fazer um quadrangular com o campeão e o vice do segundo turno. Se o campeão do primeiro calhar de ser o campeão do segundo, fica com a taça. A regra para a classificação da Libertadores seria a mesma da atual, para que o campeão do primeiro turno não se acomodasse.
Os resultados "arranjados" iriam acabar, pois o bicho iria pegar no quadrangular final. Que acham?
Curtí a idéia das conferências, mas no geral ficou meio complicado o campeonato... A idéia do Mário pareceu-me mais facilmente aplicável, me lembra o campeonato argentino com seus torneios Apertura e Clausura, e o campeonato do Rio de Janeiro.
Também acharia ideal um campeonato com 16 ou 18 clubes no máximo! E só com dois descensos. Privilegiaríamos os clubes que brigam pelo título. O campeonato ficaria menor, menos cansativo e com tempo para os play-offs.
A idéia não é ruim, mas campeonato único com muitos clubes fica difícil de organizar, controlar e planejar... Essa história de entregar é relativo, já disse, o clube que depende só de si por ter ganhado seus jogos necessários para estarem a frente, não se preocupam com a "entrega". Por isso ainda prefiro o tradicional pontos corridos, embora a idéia do Mário também seja muito boa.
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