quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O signo do ataque.



Era um domingo, 14 de abril de 1912. Assim nasceu o Santos, sob o signo de Áries. Ao pesquisar as características deste signo, descobre-se que um dos três animais mitológicos que o caracteriza é a fênix, a ave que renasce das cinzas. Em um conhecido site de astrologia na Internet está escrito: “Seu impulso o leva a fazer coisas talvez impossíveis para outros signos… Nele, a ação vem antes do pensamento, vive em movimento contínuo… É empreendedor, idealista, conquistador… As palavras que podem ser associadas a ele são: virilidade, vitalidade, luta, ação.”


Para a astrologia, enfim, Áries é o signo do ataque, mas também aquele que pode passar muito tempo na obscuridade e depois ressurgir com brilho intenso. Independentemente de nossas crenças na trajetória apontada pelos astros, há maneira mais adequada de definir o Santos, um time que, é capaz de grandes períodos de hibernação intercalados por momentos sublimes?


Mas é, mesmo, a vocação para o ataque a vital e histórica força do Santos. Cair no lugar comum de dizer que um time nasceu predestinado para vitórias e conquistas é menosprezar a própria essência do futebol. Todas as equipes de maior tradição têm vitórias e títulos em seu currículo, assim como, por mais espetaculares que tenham sido, longos e amargos períodos de estiagem. Mais de dez e mesmo mais de 20 anos sem ganhar um título importante são quarentenas dolorosas que todos os grandes clubes já tiveram de cumprir. Não é pelo acúmulo de títulos que se julga o esplendor de uma equipe, mas pela importância e pelo fulgor destas conquistas.

Afinal, de cada campeonato terá de sair um campeão, por mais medíocre que este campeonato seja. Poucos campeões, entretanto, serão lembrados pela vida afora por sua magia, beleza, agressividade, pela coragem de seu jogo. Poucos conseguirão unir arte e eficiência e continuarão a ser lembrados como um exemplo de que o futebol pode se aproximar da perfeição. Dentre os poucos, um superou a todos – e ainda supera, pois a história é viva e prossegue através dos tempos: e este é o mesmo que os jovens Raimundo Marques, Mário Ferraz de Campos e Argemiro de Souza Junior resolveram fundar naquele longínquo abril de 1912.



* Texto extraído do livro "Time dos Sonhos", de Odir Cunha.



Faltam 100 dias para o centenário.




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