terça-feira, 26 de julho de 2011

Educação Esportiva

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Eram moleques, a princípio na melhor concepção que a palavra pode trazer. Disputavam um campeonato em Belo Horizonte, com o nome do futuro: Juniores. O jogo era entre Vasco e Sport. Distribuídos em campo pareciam adolescentes correndo pelo sonho: dinheiro, fama, sucesso, conquistas, títulos; ser ídolo. De repente uma briga generalizada, o time carioca vencia; corriam os acréscimos do segundo tempo.

Tempo para mais nada na questão esportiva.

Ronaldo, que é nome de craque; fez falta em Romário; outro craque. Os dois homônimos ainda não conseguiram quase nada profissionalmente, mas já tinham nomes promissores. O jogador do Sport, Ronaldo; bate feio em Romário, do Vasco. Os “ídolos” ainda não eram ídolos, mas queriam ser. Gustavo, goleiro do time pernambucano deu uma voadora em Elivélton, do Vasco. Voadora dos filmes americanos de “reação”. Segundo informação do UOL, Elivélton teve um trauma na coluna cervical.

A verdade é que o trauma não é só físico, mas moral. O que pensar de alguns moleques (ainda no sentido melhor da palavra) se transformando em moleques (o seu pior sentido?). Tudo bem que o esporte, principalmente o futebol, é a linha entre a lógica e a emoção; mas até onde perder a razão? Até onde podemos achar normal que uma briga aconteça em campo e não achar normal que aconteça nas arquibancadas?

Já opinei algumas vezes que a educação esportiva era necessária para os torcedores, para que barbaridades de revanchismos idiotas não continuassem matando. Para que bons amigos não se tornassem péssimos inimigos e assim por diante. Aos protagonistas do esporte, severas lições de como se comportarem dentro de campo. A do Gustavo foi dada da pior forma possível: a demissão.

Por mais que esqueçamos o acontecido, sempre vai ter alguém para lembrar do fato. Igual ao pênalti perdido, o gol mais bonito e a melhor defesa; também é marcado na carreira de qualquer jogador os pontapés, as brigas; as encrencas e a vida nada secreta nas noites com mulheres, bebida e talvez drogas. Para os brigões desse final de semana nada ainda perdido, mas muito o quê fazer.
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3 comentários:

Cesar Augusto disse...

Esse é um tema que merece ser rotineiramente discutido, principalmente, depois de ver uma Seleção Uruguaia ganhando apenas jogando bola, sem aquela cafajestada de outros tempos. Segundo uma entrevista do Oscar Tabares, esse fenômeno não é à toa; desde as categorias de base os garotos são incentivados a manter o respeito pelo jogo, pelos adversários e pelos árbitros. Educação esportiva é isso. Não existem inimigos no campo, apenas adversários.

Mario disse...

Também acho que educação e esporte devem andar juntos. Os EUA descobriram isto faz tempo, e por isso são uma potência esportiva.

Entendi o que o Sérgio está querendo dizer, mas mesmo assim achei covarde a atitude deste Gustavo e a decisão do Sport em rescindir seu contrato foi acertada. Por sorte, o jogador Elivélton não terá sequelas. E o Gustavo ainda é novo para tentar a carreira em um octógono se quiser.

Bianchini disse...

O grau de imbecilidade da nossa sociedade está cada vez mais me assustando... quando jovens promissores se envolvem em situações como essa, tem de parar tudo e repensar a coisa como um todo. Num país onde reprimir é quase um pecado, esse é o tipo de coisa que tende a acontecer cada vez mais e mais. Admito estar preocupado.