Olá leitores!
A temporada de 2011 começou, e está muito parecida com 2010 para o meu gosto. Vejamos: o Alonso terminou 2010 atrás do Petrov, e começou 2011 atrás do Petrov. Massa levou tempo do Alonso em 2010 e continua levando tempo em 2011. A Red Bull continua sendo o carro a ser batido. Rubinho começando o ano atrás do companheiro de equipe de novo. Aliás, o que foi aquele erro do Rubinho na classificação? Um piloto com a experiência dele não pode frear sobre a grama como ele fez... ao menos a corrida não deu sono.
E como sempre, quem é mais esperto e lê o regulamento a seu favor sai na frente. Os carros da Red Bull sobraram o fim de semana todo, mas todo mundo ficou surpreso por ver a barrinha do KERS sempre cheia (o sistema de recuperação de energia cinética, que estreou em 2009, esteve de fora ano passado e voltou esse ano, aproveitando a energia gerada durante as freadas). Os pilotos não usavam o equipamento. Daí descobriu-se que a equipe inventou um “KERS light”, ou seja, ao invés de ter o sistema completo com as pesadas baterias que o acompanham, fizeram uma versão menor, com uma bateria que dá para uma única utilização – na hora da largada, onde o equipamento dá uma vantagem de cerca de 7 metros para quem o usa. Ao passo que o sistema normal pesa uns 30 quilos, o deles deve pesar no máximo 10 quilos. Você carrega o equipamento antes de sair para a largada, usa e depois – como seu carro estará mais equilibrado que os outros pela possibilidade de distribuir melhor o lastro para atingir o peso mínimo exigido pela FIA – você some na frente dos concorrentes. Espertos. Justiça seja feita: a equipe disse que seus carros foram para a pista sem o KERS, que não é obrigatório.
Achei que a tal da asa traseira móvel fosse fazer a diferença nas ultrapassagens. Vi apenas umas poucas sendo efetivamente realizadas com esse auxílio, todas no terço final da corrida. Talvez naqueles “Tilkódromos” com retas longas seguidas de chicanes e/ou cotovelos feitos em 1ª ou 2ª marcha funcione melhor. Ou, talvez, se o seu uso for liberado em toda a volta, não apenas no único trecho da pista escolhido pela FIA para isso. Nos treinos (antes dos 30 minutos finais) o uso da asa era liberado e não vi ninguém fazendo mais bobagem do que faria normalmente por causa disso.
A Ferrari andou bem nos testes de inverno, mas na hora da corrida decepcionou. Inverso em relação à McLaren, que apanhou nos testes, mudou a especificação de algumas peças e os carros andaram muito bem. O Hamilton fez um ótimo 2º lugar, ao passo que o Button – mesmo com drive-through de punição por ter cortado caminho na ultrapassagem sobre o Massa – terminou em 6º, atrás do irreconhecível Mark Webber, que não deve ter feito sua torcida muito feliz. Na Ferrari 150º Italia (é esse o nome oficial do carro) o Alonso foi 4º com uma boa estratégia e o Miojinho foi 9º (com a punição à Sauber, pulou para 7º) com uma má estratégia.
Por falar nela, a Sauber terminou em 7º (Perez) e 8º (Kobayashi) mas não levou, pois os carros foram desclassificados na vistoria pós corrida por irregularidades na asa traseira. O flap na traseira que se move para facilitar as ultrapassagens estava fora das especificações. Perder pontos porquê algum engenheiro não leu direito o regulamento é uma dureza... mas isso não apaga a excelente corrida do estreante Perez, único piloto que chegou ao final a fazer apenas 1 parada para troca de pneus. Gostaria de saber o segredo. A Sauber disse que recorrerá da punição.
O pódio se completou com o russo Petrov, que fez uma prova surpreendente. Imaginem o que o Kubica não faria com esse carro...
O Rubinho, após o erro de iniciante no começo do Q2, até que fez uma prova bem razoável enquanto esteve na pista. Culpou os pneus no acidente que tirou o Rosberg da corrida e parou com problemas de câmbio. O talento$o Maldonado já saiu da pista e ficou atoladinho na brita com 10 voltas.
Outro ponto positivo da prova foi a volta da regra dos 107% na classificação. Ou seja, o tempo da melhor volta no Q1 é 100% e, se o seu tempo for superior a 7% dessa marca, você não poderá largar - a não ser que obtenha autorização especial, com concordância unânime das outras equipes. Como se esperava, a Hispania não conseguiu largar... ainda bem! Duas chicanes móveis a menos na pista.
A próxima etapa é dia 10/04, GP da Malásia. Ano passado o temporal de fim de tarde impediu a conclusão da prova, e esse ano a largada deve ser antecipada em 1 hora para tentar evitar esse problema sem deixar de favorecer os espectadores europeus, que estão de 3 a 4 fusos horários à nossa frente.
Até a próxima!
Alexandre Bianchini
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