segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Preparação anual: termômetro paulistinha.


Não sei em que fase o paulistinha está chegando. Só sei que é sem importância. Afinal de contas, o que valerá mesmo são os jogos finais; dos quatro clubes grandes contra os quatro do interior. Talvez essa primeira fase sirva exatamente para definir quem terá chance de continuar aparecendo na televisão; mas dificilmente definirá o favorito ao título, mesmo que ele esteja fazendo ótimos jogos.

Não foge da minha primeira opinião, de que o campeonato paulista perdeu o brilho. Apenas os clássicos, ainda assim com algumas exceções, trazem algum tipo de emoção para o torcedor. O jogo de ontem entre São Paulo e Palmeiras foi recheado de elementos interessantes: queda de energia, gente nadando na arquibancada e reclamações em relação ao jogo debaixo de uma aguaceira sem tamanho. O jogo em si foi tão normal, apesar de aberto; quando qualquer outro. De qualquer modo, foi um bom jogo.

Também disse que o campeonato é um preparativo para toda temporada. Deveriam chamá-lo de Paulista Pré-Temporada. Nesse momento é que os times se ajustam, contratam, definem titulares e “ajustam o meio de campo”. Também com esses jogos, temos noção se os contratados vão servir para as funções para que foram contratados. Momento crucial também para os treinadores, e talvez os mais cobrados desse meio do futebol.

E nesse preparatório, Adilson Batista foi reprovado. Não apenas por resultados ruins do campeonato paulista, como também dos jogos da Libertadores. Ruim para ele a demissão, bom para o Santos. Mais uma vez o treinador não encaixou sua maneira de trabalhar. Mais uma vez contou com uma fase não muito boa dos seus jogadores, assim como havia acontecido em sua passagem pelo Corinthians. Não posso dizer que foi culpa dele, mas o Santos temível virou um time previsível. Não seria necessário mais uma porção de jogos para sacar que o treinador novamente não deu liga.

E olha que tivemos treinadores em piores condições nesse primeiro bimestre. Tite balançou diante da queda contra o Tolima e só não foi demitido porque torcedores e parte da crônica esportiva achou um culpado com mais nome: Ronaldo. Tite se segurou, trabalhou; contou com a chegada de Liedson, numa excelente fase. Deu no que deu: todos apontam o time como favorito.

Mais uma vez repito: essa primeira fase dificilmente irá definir o campeão. Mesmo que o time do Parque São Jorge chegue em primeiro, com números de encher os olhos dos torcedores; a próxima fase aguarda uma importante informação que poucos torcedores prestaram devida atenção: a primeira fase não serve para nada. Nenhuma vantagem, tirando o fato de jogar o segundo jogo em casa. Convenhamos que essa “vantagem” não quer dizer muito, apesar de ajudar um bocado.

Enfim, se o campeonato paulista tem uma importância apenas regular em relação aos outros campeonatos, pode ser uma aposta para treinadores, jogadores e torcedores sobre o resto da temporada. Erros encontrados nessa fase dificilmente serão corrigidos sozinhos, é preciso ação da diretoria, da comissão técnica e mudança de atitude dos próprios jogadores.

Palmeiras e São Paulo fazendo seus acertos de maneira mais tranqüila, mesmo sendo urgentes. Corinthians mudando conforme a circunstância: a queda da Libertadores deu elemento para que isso acontecesse. E o Santos numa mudança brusca por suposição do que poderia acontecer no futuro: uma eliminação precoce da Libertadores e uma campanha regular no seu preparatório para o resto da temporada.
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Um comentário:

Mario disse...

Para quem sabe da história, Adilson Baptista acabou não tomando o cafezinho na padaria. Realmente seu jeito de trabalhar não deu liga com o Santos.