segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ano novo e a velha história


Começa mais um ano e o empolgante campeonato paulista já está no calcanhar. Pois é, esse ano, como aconteceu em outras oportunidades, os clubes revelam nas entrelinhas que ele, que chegou a ser tão importante como o campeonato brasileiro; passará a ser um “laboratório” para competições mais importantes. Eu pareço estar repetindo a minha opinião do começo do no passado, mas na verdade ela não mudou: o campeonato paulista acabou há muito tempo.

Talvez a doença do campeonato tenha ocorrido em 2002, quando, num emaranhado de fórmulas surgiu o supercampeonato paulista (insisto em coloca os nomes em letras minúsculas, desculpem-me os gramáticos). De lá para cá, o moribundo finge ser importante, economicamente viável e das memórias revive ótimas histórias. Infelizmente para mim, e para algumas pessoas que amam o esporte; esse campeonato regional perdeu o seu sentido.

Tão vibrante que a crônica esportiva o reverencia como “paulistinha”. Ontem mesmo ouvi algumas pessoas da rádio, e mesmo da televisão, falando que o paulistinha tinha começado com grandes jogos. Talvez a tática seja essa: se eu chamar de Paulistão vou ter que ser mais exigente com a qualidade técnica dos times, sendo que paulistinha dá aquele ar amador, de jogos entre amigos; de despedida de solteiro. Carimba de vez a questão de torneio "preparatório".

Não sei qual a melhor receita para reformular o Paulistão. Quem sabe essa mudança em relação às finais ajude alguma coisa. Com certeza os jogos entre os oito classificados renderão uma série de especulações e expectativas que não aconteceram na primeira rodada. Alguns resultados óbvios e outros esperados, mas nada que me fizesse pular da cadeira num lance perdido do meu time; ou que me fizesse gritar de alegria no momento do gol. É claro, vão dizer que estamos falando da “primeira rodada de um campeonato”; mas a questão é que meu espírito está preparado para isso: meu time vai se preparar para outra competição; portanto não espero muita coisa deste.

É legal ser campeão paulista? Claro, evidente. Eu iria ficar eufórico se meu time chegasse numa final, que fizesse uma boa campanha, como foi a do Santos o ano passado? Com certeza seria fantástico. Mas parece que nem os jogadores, nem a parte técnica dos grandes times dão essa importância ao campeonato. Nem por culpa deles, a cobrança por prazos, datas e preparação tem um calendário ridículo e mal organizado. A saída é usar esses pouco mais de três meses para “preparar” a equipe e se possível “ganhar o campeonato”.

Com tudo isso, melhor mesmo é encarar o campeonato como se encara qualquer outro; desde que o exagero do choro da derrota e a euforia pela vitória seja contido e moderado, como merece mesmo um paulistinha.

Um comentário:

Mario disse...

Bom, eu gosto do regional. É o que alimenta a rivalidade dos clubes, que revela jogadores. O problema está no inchaço da Copa do Brasil e também da Libertadores. Só os campeões e vice de cada estado e país entrariam nestes torneios,no máximo três no caso da Libertadores. Participa quem tem competência.São campeonatos "supervalorizados" com baixíssimo nível técnico. Fim.